Economia

Acionistas da PT decidem hoje acordo com Oi

Os acionistas da Portugal Telecom decidem hoje se a combinação de negócios com a brasileira Oi vai avançar, numa Assembleia Geral (AG) que deverá ficar marcada pela polémica aplicação na dívida da Rioforte e pelo confronto de posições.

© Hugo Correia / Reuters

A reunião magna de acionistas da Portugal Telecom (PT) tem como ponto  único da ordem de trabalhos os novos termos da combinação de negócios com  a Oi, que acontece depois da aplicação de quase 900 milhões de euros em  papel comercial da Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), empresa que  não cumpriu o pagamento à operadora portuguesa no prazo previsto. 

Na sequência do aumento de capital da Oi, a PT passou a deter uma participação,  direta e indireta, na brasileira de 39,7%, sendo esta "o único ativo relevante  detido pela PT", segundo informação divulgada na Comissão do Mercado de  Valores Mobiliários (CMVM). 

Agora, os acionistas deliberam sobre a combinação de negócios, que inclui  a realização de uma permuta entre a PT e as subsidiárias integralmente detidas  pela Oi, PT Portugal e PT International Finance, onde se encontrava a aplicação  na Rioforte, assim como a celebração do contrato de opção de compra pela  operadora portuguesa. 

O negócio prevê que a PT compre os instrumentos Rioforte, por contrapartida  da venda de 16,9% do capital social da Oi e de 17,1% dos respetivos direitos  de voto. 

Já a PT passa a deter uma opção de compra para readquirir as Ações da  Oi Objeto da Opção, tendo seis anos para recuperar o impacto negativo da  dívida da Rioforte. 

Uma possibilidade que poderá nunca concretizar-se já que a PT diz que  "pode não ter disponibilidades financeiras suficientes para exercer a opção  de compra", uma vez que "poderá não obter o reembolso de quaisquer montantes  em dívida". 

Fontes ligadas à operação e contactadas pela Lusa preveem que a Ongoing  (com 10,05% da PT através da RS Holding) e a Visabeira (com 2,64%) votem  favoravelmente o negócio, já que a não celebração de um acordo com a Oi  poderá implicar litígios com esta operadora no tribunal de justiça do Estado  do Rio de Janeiro, equivalente ao tribunal de primeira instância, devido  à polémica aplicação na Rioforte. 

O Novo Banco, que herdou as ações do BES na PT, detendo 10,06%, não  adiantou qualquer informação, existindo alguma expetativa sobre qual será  o sentido de voto, segundo as mesmas fontes contactadas pela Lusa. Fonte  oficial do banco não adiantou qualquer informação. 

Num despacho publicado na CMVM, o presidente da mesa da Assembleia Geral,  António Menezes Cordeiro, impede os acionistas brasileiros da Oi, a Telemar,  (com 10%), de votar por considerar que há "um conflito de interesses". 

A operação, afirmou, só poderá ser aprovada com maioria qualificada  de 2/3 do capital presente, que nunca poderá ser inferior a 1/3 do capital  social.  

Sobre a presença na reunião magna de Henrique Granadeiro, que renunciou  ao cargo de presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva  na sequência do investimento na Rioforte, nada se sabe.  

Lusa