Pilotos mantêm greve, Pires de Lima faz último apelo
A quatro horas do início da greve, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil fez uma conferência de imprensa para anunciar que não tem outra alternativa senão levar a cabo a anunciada paralisação de 10 dias. A culpa é do Governo, garante. Em resposta, o ministro da Economia fez um último apelo aos pilotos para reconsiderarem.
(Lusa/Arquivo)
O
porta-voz do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) atribuiu ao Governo a culpa pela greve. Hélder Santinhos disse que o que está em causa é o incumprimento do acordo assinado no fim do ano passado e que, por isso, os pilotos foram empurrados para a paralisação.
Questionado sobre se é ainda possível desconvocar greve, Hélder Santinhos admitiu que "existe sempre" essa possibilidade, mas que é uma decisão que está "nas mãos" do Governo e da TAP. "Se houver entendimento, obviamente desconvocaremos a greve", afirmou.
A resposta de Pires de Lima
Cerca de meia hora depois, o Governo reagiu pela voz do ministro da Economia.
Pires de Lima voltou a pedir aos pilotos para que trabalhem nos próximos dias.
O ministro afirmou que a greve terá consequências na sustentabilidade da companhia aérea. E acrescentou que ninguém da sociedade portuguesa está a favor da greve, lamentando "profundamente" a decisão "tão radical" do SPAC.
O último esforço
Uma hora antes da conferência de imprensa do SPAC, a direção do sindicato ainda se reuniu com a administração da TAP, num último esforço de negociações.
Hoje, vários membros do Governo deixaram um apelo ao bom senso dos pilotos e até o Presidente da República alertou para os efeitos da paralisação de 10 dias que começa hoje à meia-noite.
Os pilotos da TAP marcaram uma greve, entre 1 e 10 de maio, por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação no capital da empresa no âmbito da privatização.