Economia

Investidores que entrem no capital da Caixa podem perder dinheiro

Os investidores privados que entrarem no aumento de capital da Caixa Geral de Depósitos podem vir a perder parte do dinheiro investido. A SIC sabe que esta cláusula pode ser acionada se a Caixa não cumprir os critérios exigidos pelo BCE. O banco do Estado prepara-se para ir aos mercados já na próxima semana para conseguir um empréstimo de 500 milhões de euros.

O risco é muito elevado mas interesse não deverá faltar. Não é todos os dias que aparecem produtos no mercado que oferecem tanto retorno.

Ao que a SIC apurou, quem participar na emissão de dívida da Caixa Geral de Depósitos, pode vir a ganhar cerca de 10 por cento de juros ao ano. Mas não é para todos. A emissão destina-se apenas a investidores institucionais, isto é, fundos de investimento, principalmente.

O empréstimo obrigacionista que a Caixa Geral de Depósitos se prepara para emitir pode levar os investidores a perder parte do dinheiro investido. Basta para isso que o racio de capital do banco público baixe para menos de 5,125 por cento. A SIC sabe que este limiar consta das condições da emissão das obrigações do banco público que vai decorrer na semana que vem.

Se a CGD tiver prejuízos que façam baixar o capital mínimo exigido pelo BCE abaixo dos 5,125 por cento, os investidores perdem parte do seu dinheiro. A perda será igual ao valor até que o racio seja reposto naquele limiar mínimo conforme explicou à SIC uma fonte do banco público.

Outra fonte da CGD tinha admitido esta quinta feira que as obrigações a emitir eram como os empréstimos feitos pelo Estado aos bancos nos últimos anos. Se os bancos não pagassem as obrigações transformavam-se em ações. Afinal, a nova operação de emissão de dívida é diferente.

Os investidores podem mesmo perder parte do capital e não serem compensados nem por ações nem por quaisquer outros valores se os racios da CGD descerem abaixo dos 5,125 por cento de capitais exigidos pelo BCE.

A operação arranca já na próxima segunda-feira, com um chamado road show. Na prática, uma operação de charme junto dos investidores, que começará em Londres, passará por Paris e outras capitais financeiras.