"Ainda é muito difícil fazer um balanço objetivo da adesão a esta hora, mas estimamos que entre as 00:00 e as 08:00, tenha sido de 100%. Só estiveram a ser cumpridos os serviços mínimos", adiantou.
Apesar de ainda não ter dados mais concretos, Jorge Roque da Cunha disse que, por exemplo, no Hospital de Braga só funcionaram dois blocos operatórios e em Matosinhos, no distrito do Porto, nenhum dos blocos funcionou.
"No entanto, quero voltar a sublinhar que nenhum doente fica sem o seu tratamento de quimioterapia, radioterapia, hemodiálise. Estes serviços estão assegurados, bem como o serviço de urgência", disse.
Jorge Roque da Cunha remeteu para mais tarde um ponto de situação da adesão à greve e serviços afetados.
Os médicos cumprem desde as 00:00 de hoje uma greve nacional de dois dias contra a falta de medidas do Governo em várias matérias, como redução dos utentes por médico de família e diminuição de horas em urgência.
No Porto, o repórter da SIC Miguel Mota fez um ponto de situação da greve no Hospital de S. João, pouco depois das 10h00. Ainda sem números oficiais da adesão ao protesto neste hospital, os sindicatos esperam elevada participação, os utentes notam alguma perturbação.
Alguns dos utentes que chegaram hoje para as primeiras consultas no Hospital de S. José, em Lisboa, tiveram de a remarcar para outro dia devido à greve dos médicos. A repórter da SIC Maria Miguel Cabo falou com utentes deste hospital e fez um balanço da situação, pouco depois das 11h00.
Consultas e cirurgias programadas devem ser as mais afetadas nestes dois dias de greve, com os profissionais a cumprirem obrigatoriamente os serviços mínimos, que contemplam as urgências, quimioterapia e radioterapia ou transplantes.
A paralisação foi convocada pelos dois sindicatos médicos para estq quarta e quinta-feira e é a primeira destes profissionais de saúde que enfrenta o ministro Adalberto Campos Fernandes.O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reivindicam um conjunto de 30 pontos e queixam-se de que o Governo tem empurrado as negociações ao longo de um ano, sem concretizações, e demonstrando falta de respeito pelos profissionais.
Limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.
Os sindicatos também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%. Exigem a reversão do pagamento dos 50% com retroatividade a janeiro deste ano.O Ministério da Saúde tem dito que não negoceia sob pressão e considera-se empenhado no diálogo com os sindicatos médicos.
Com Lusa