A nova investigação do consórcio de jornalistas que lançou os Panama Papers envolve mais de 13 milhões de ficheiros e chama-se Paradise Papers porque revela informações sobre paraísos fiscais sobretudo nas Bermudas e em Singapura.
De acordo com a investigação a principal fonte da fuga de informação terão sido os arquivos da Appleby, uma operadora de offshores fundada no arquipélago das Bermudas com escritórios em diversos países e que terá servido para que muitos milionários e empresas tenham conseguido fazer avultados investimentos com enormes benefícios fiscais.
Há pelo menos 70 nomes portugueses nos paradise papers mas serão quase todos de pessoas que, apesar de terem cidadania nacional, nasceram ou vivem noutros países e muitos são gestores que trabalham na indústria financeira internacional ou antigos administradores do Grupo Espírito Santo e do BPN.
Entre os nomes divulgados pelos Paradise Papers estão também o da rainha de Inglaterra, de vários multimilionários, estrelas do mundo do cinema e do desporto, empresários de algumas das maiores companhias do mundo e do secretário norte americano para o comércio que, alegadamente, terá negócios com empresas russas sujeitas a sanções impostas por Washington.
Segundo a investigação, todos eles, com recurso a elaborados esquemas financeiros, na sua maioria perfeitamente legais, fundações e empresas de fachada, conseguiram investir evitando pagar os impostos que teriam de ser pagos se não fossem feitos em offshores.