Segundo a EFE, o jornal alemão Die Welt, que cita fontes próximas do Governo germânico, também os Estados Unidos sairiam beneficiados com esta variante do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês), cujas negociações estão suspensas depois de não se ter conseguido chegar a um consenso.
A EFE, ainda citando o Die Welt, refere que os EUA já teriam sugerido um acordo semelhante no decurso das negociações do TTIP, mas a tentativa terá fracassado devido à recusa dos países da União Europeia (UE).
A proposta alemã deverá encontrar grandes obstáculos na própria União Europeia, uma vez que a França, por exemplo, não quer fazer parte de um TTIP de pequena escala.
Em declarações ao diário alemão, o presidente da Confederação alemã de Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), Eric Schweitzer, declarou que "na disputa comercial com os Estados Unidos a UE tem de manter-se unida".
"A nossa economia, muito dependente das exportações, depende de mercados abertos a nível global, não de acordos especiais, possivelmente em detrimento de outros parceiros comerciais não envolvidos", disse.
O prazo para o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidir se o aumento das tarifas sobre o aço (em 25%) e alumínio (em 10%) se passa a aplicar aos produtos com origem na UE termina na segunda-feira, 30 de abril, e nem o Presidente francês, Emmanuel Macron, nem a chanceler alemã, Angela Merkel, conseguiram com as visitas oficiais da última semana a Washington uma concessão por parte dos EUA.
"Nestes momentos, a nossa prioridade consiste no diálogo ao mais alto nível", disse, por seu lado, a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, à edição de hoje do jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
De qualquer maneira, se os EUA não isentarem a UE de forma permanente e sem condições das tarifas sobre as importações de aço e alumínio, a Europa tomará medidas, advertiu a comissária.
"Estamos a preparar uma tripla reação quer será compatível com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse ainda a comissária europeia.
Entre estas medidas estão a possibilidade de vir a ser apresentada uma denúncia à OMC ou a imposição de tarifas a produtos norte-americanas como o whisky e as motos, indica o jornal alemão, citado pela EFE.
Lusa