Na Comissão Parlamentar que decorreu esta quarta-feira, Rafael Mora garantiu que o seu antigo sócio Nuno Vasconcellos fez o desvio das participações de empresas para a sociedade no Panamá. Para além disso, afirmou que "desconhece" a dívida de 600 milhões de euros ao Novo Banco e apenas "reconhece" 400 milhões.
"Tecnicamente não sou devedor porque as empresas nas quais eu trabalhei e geri, efetivamente contraíram dívidas com o Novo Banco, é verdade. Quando eu saí, não estavam ainda em incumprimento", respondeu, acrescentando que não é acionista nem gestor de nenhuma das empresas.
Em sua defesa, Rafael Moura disse que deixou de ser responsável pelas dívidas da Ongoing, porque já tinha saído do grupo quando os créditos deixaram de ser pagos. Adianta que foi em 2015 que percebeu que Vasconcellos estava a forçar a saída da participação social de várias empresas para uma offshore no Panamá, a Affera.
Rafael Mora afirmou ter advertido os seus colegas administradores das empresas start-up adquiridas e ligadas à Ongoing e a Nuno Vasconcellos de que "tinha a suspeita de que isso poderia vir a acontecer".
Apenas em 2018 é que levou o caso à justiça, entregando uma participação à Procuradoria-Geral da República.
Rafael Mora garantiu ainda que na recente audição de Nuno Vasconcellos no Parlamento, que o antigo patrão da Ongoing mentiu.