Economia

PRR ainda só recebeu candidaturas por parte de famílias com obras em casa

Nenhuma empresa ou organismo público se tinha candidatado aos milhões da bazuca até 14 de julho. Primeiros 180 mil euros do PRR foram para quem mudou as janelas e fez outras obras em casa

O primeiro ponto de situação operacional do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) revela que, até ao moemnto, só as famílias portuguesas submeteram candidaturas a este envelope de 16,6 mil milhões de euros de subsídios e empréstimos da bazuca europeia.

O ponto de situação à data de 14 de julho de 2021 foi revelado esta segunda-feira pela estrutura de missão Recuperar Portugal, que gere os fundos do PRR.

Aquela estrutura revela que as 10.915 candidaturas já submetidas ao PRR são integralmente das famílias. O contador permanece no zero para empresas, instituições de ensino superior, do sistema científico e tecnológico nacional ou de solidariedade social, escolas, autarquias e áreas metropolitanas, empresa públicas e demais entidades públicas.

A razão para o avanço das famílias é o concurso “Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis”. Só nas primeiras semanas, registou uma adesão de 10.915 famílias. Com uma dotação de 30 milhões de euros, este concurso financiado pelo PRR pode pagar um cheque até 7.500 euros a quem apresentar as faturas relativas à mudança para janelas mais eficientes ou fizer outras obras que melhorem o desempenho ambiental da sua casa.

Foi ao abrigo desta medida que o PRR comprometeu os primeiros 327 mil euros e pagou os primeiros 180 mil euros.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, já mostrou abertura para reforçar este concurso caso as famílias portuguesas gastem estes 30 milhões de euros do PRR.

“Que se esgote – e depressa – a verba deste aviso. Dispomos de 610 milhões de euros para a eficiência energética dos edifícios, dos quais 300 milhões são para espaços residenciais. A nossa urgência é melhorar o desempenho energético dos edifícios e rapidamente fazer chegar estas verbas às pessoas, dinamizando a economia e as cadeias industriais e de serviços que lhes estão associadas. Por isso, para mim, a melhor notícia era que as verbas acabassem depressa – assim, depressa, abriremos outro aviso como a mesma finalidade”, lê-se no discurso feito na semana passada na comissão parlamentar de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.

Note-se que os restantes concursos já lançados para o sector empresarial e os diferentes organismos públicos são mais exigentes em termos de preparação dos projetos de investimento a candidatar. Alguns exigem, por exemplo, a constituição de consórcios entre as empresas e as universidades para acederem ao dinheiro da bazuca.

O endereço para acompanhar as candidaturas ao PRR é www.recuperarportugal.gov.pt.