Economia

Agência Internacional de Energia alerta para novo recorde de emissões de CO2 em 2023

As emissões de CO2 vão atingir novo recorde em 2023 e nos anos seguintes devem continuar a aumentar. Governos querem "futuro mais limpo", mas apenas 2% do dinheiro dos fundos de recuperação foi alocado para a transição climática.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla original em inglês) prevê que em 2023 as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) atinjam níveis históricos.

Apesar de vários governos por todo o mundo terem como objetivo tornarem-se mais "verdes", os esforços não chegam, sendo que "as emissões globais de dióxido de carbono devem subir para níveis recordes em 2023 e continuar a aumentar nos anos seguintes".

"Isso deixaria o mundo longe do caminho para as emissões zero até 2050 que a IEA estabeleceu", indica a agência em comunicado.

A descoberta advém da ferramenta online lançada esta terça-feira para ajudar os políticos a avaliar até que ponto os planos de recuperação estão a mudar o clima. Além de ver os gastos de cada país alocados para a transição, é possível ver, no relatório, em que grau isso afeta, efetivamente, as emissões de CO2.

Desde que a crise de Covid-19 começou "muitos governos referiram a importância de reconstruir um futuro mais limpo" mas muitos deles ainda não alocaram dinheiro nesse sentido, sendo que "a quantidade de fundos de recuperação económica gastos em energia limpa é apenas uma pequena fatia do total”, disse, citado no comunicado, Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

De acordo com a agência, esta "pequena fatia" equivale a 2% dos 16 biliões de dólares gastos por governos em todo o mundo para ajudar com a pandemia.

“Os governos precisam de aumentar os gastos e as ações políticas rapidamente para cumprir os compromissos que assumiram em Paris em 2015 (...) mas devem ir ainda mais longe" para se atingir o objetivo da neutralidade carbónica até 2050, avisou Birol.