Economia

Mais de dois milhões de britânicos já ficaram sem fornecedor de energia. Governo admite taxar energéticas

O ministro dos Negócios e da Energia disse que vai considerar "todas as opções" para enfrentar a crise, mas Boris Johnson pareceu desvalorizar a situação. Desde o início do ano já cerca de dois milhões de famílias ficaram sem fornecedor

Mais 800.000 famílias foram vítimas da crise energética no Reino Unido, com o colapso de mais dois fornecedores, elevando assim para mais de dois milhões o número total de famílias afetadas desde o início do ano. Governo britânico pondera taxar energéticas, revela o "The Guardian".

O colapso da Avro Energy e da Green - que deixaram para trás 580 mil e 250 mil clientes, respetivamente - significa que sete empresas de energia faliram em pouco mais de seis semanas. Desde o início do ano já cerca de dois milhões de casas tiveram que procurar um novo fornecedor e pagar mais pelo gás e eletricidade.

Os números podem piorar uma vez que, com o aumento dos preços do gás a ameaçar a viabilidade de todas as empresas, exceto as maiores, o número de fornecedores no mercado pode diminuir de 70 no início do ano para cerca de 10 até ao final do inverno, indica o jornal britânico,

Por este motivo, o ministro dos Negócios e da Energia, Kwasi Kwarteng, alertou o governo para a necessidade de se preparar para "preços elevados a longo prazo", e disse que vai considerar "todas as opções" para enfrentar a crise. Mas Boris Johnson pareceu desvalorizar a situação dizendo que eram apenas as "dores de crescimento da economia global a voltar à vida".

Mas a pressão sob o governo aumenta, com várias famílias a verem um aumento de 139 libras (cerca de 119 euros) na fatura no próximo mês.

Por isso, apesar das declarações do primeiro-ministro britânico, Kwarteng disse aos deputados que o governo estava a considerar o plano espanhol de taxar os geradores e comerciantes de energia que têm a ganhar com a crise energética enquanto as casas e os fornecedores de energia lutam. O tema já está em discussão com o regulador de energia britânico.

Adicionalmente, o governo de Boris Johnson pondera pagar aos maiores fornecedores de energia para ajudar a suportar os custos, mas não pagará aqueles que estiverem em falência, revelou o ministro.