Há quatro obstáculos que complicam a vida aos jovens agricultores mas a dificuldade no acesso à terra e ao financiamento são as duas principais razões que levam alguns potenciais empreendedores a nem sequer darem início à atividade que tanto desejavam.
A juntar àquelas duas variáveis há ainda a burocracia e a dificuldade em arranjar mão-de-obra para trabalhar a terra.
Estas são as principais conclusões de um inquérito realizado pelo Laboratório Vivo da Agricultura 4.0, e que está na base de um estudo de diagnóstico realizado pela AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal para identificar as necessidades de qualificação e capacitação dos seus associados.
O questionário tem uma amostra de cerca de 300 jovens agricultores e jovens empresários rurais, oriundos das regiões Norte, Centro e Alentejo. Entre os jovens agricultores inquiridos, há uma maior representação da fileira da fruta, seguida do olival, hortícolas e bovinos.
A falta de posse de terra reuniu 68% das respostas, tal como a falta de financiamento. O excesso de burocracia no acesso aos apoios públicos também foi um dos entraves identificados por 57% da amostra, revelam os responsáveis pelo inquérito.
Excesso de burocracia
“Quando, efetivamente, avançam para a implementação do projeto no terreno, mais de dois terços dos jovens agricultores e dos jovens empresários rurais destacam como entrave ‘muito relevante’ o excesso de burocracia nos apoios públicos. Cerca de 50% também identificam como um obstáculo ‘muito relevante’ os preços de venda abaixo das expectativas”, resume o estudo da AJAP.
Seguem-se, ainda segundo o mesmo documento, o problema da pouca “disponibilidade de mão de obra, os custos de produção acima das expectativas e o acesso ao financiamento como constrangimentos identificados por quem já tem um projeto em curso”.