Mais de mil milhões de dólares em criptomoedas (862 milhões de euros ao câmbio atual) foram roubados por piratas informáticos no terceiro trimestre deste ano, segundo um estudo da empresa norte-americana AtlasVPN divulgado esta quinta-feira, numa altura em que as criptomoedas ganham cada vez mais popularidade e valor nos mercados, com concomitante aumento dos ataques de criminosos.
O estudo enfatiza que nos três primeiros trimestres deste ano houve 146 ataques bem-sucedidos, mais do que nos últimos três anos juntos, e 20% acima do número de eventos de 2020, que se ficou nos 122.
"Contudo, o número de ataques continua a disparar no quarto trimestre de 2021 já que ocorreram alguns ataques significativos relacionados com blockchain em outubro", refere o estudo.
Com base em dados do site Slowmist Hacked, que agrega ataques a estruturas blockchain (que fazem registos de dados em redes informáticas distribuídas) o estudo conclui que, no trimestre em questão, os ataques cresceram e que o ecossistema Ethereum - um dos protocolos blockchain sobre os quais estão fundados grande parte dos criptoativos - foi o que mais ataques sofreu (20) e mais dinheiro perdeu (mais de 800 milhões de dólares, ou 689 milhões de euros).
Destaque para o ataque à plataforma Poly Network em que um hacker, em agosto, detetando uma falha de segurança, roubou 610 milhões de dólares (526 milhões de euros), tendo devolvido os tokens (moedas digitais) na íntegra dias depois.
Quanto a ataques a plataformas de transação foram cinco no período em questão e renderam 114 milhões de dólares (98 milhões de euros), sinalizando a grande vulnerabilidade destas corretoras em termos de segurança face a ataques de hackers.
Entre estes está o ataque à plataforma japonesa Liquid e que representou um rombo de 90 milhões de dólares (78 milhões de euros) para a corretora. Os piratas informáticos conseguiram entrar nas carteiras digitais de clientes, roubando-lhes criptoativos ao transferirem-nos para as suas próprias carteiras digitais.