Economia

Teletrabalho pode ser "game changer se aproveitarmos as vantagens"

As declarações da ministra Ana Mendes Godinho, na Web Summit.

Teletrabalho pode ser "game changer se aproveitarmos as vantagens"
MARIO CRUZ

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, afirmou esta quinta-feira, na Web Summit, em Lisboa, que o teletrabalho pode ser um bom instrumento, se soubermos aproveitar as vantagens e retirar as desvantagens deste modelo.

"Acredito que o teletrabalho pode ser utilizado como 'game changer' [ideia com um efeito significativo para a sociedade], se aproveitarmos as vantagens e retirarmos as desvantagens", defendeu Ana Mendes Godinho, que falava na cimeira tecnológica, que termina hoje, em Lisboa.

Porém, a governante lembrou que o teletrabalho pode ser um instrumento de igualdade ou desigualdade.

"Se não tiveres acesso à internet, estás fora do mercado", exemplificou.

Ana Mendes Godinho notou ainda que a pandemia de covid-19 veio acelerar a necessidade de regular sobre estas matérias e de alterar alguns "sistemas, regras e mecanismos".

Assim, conforme apontou, é necessário criar "regras adequadas" para que a vida pessoal também não seja violada, acrescentando que o teletrabalho pode também ser um "instrumento poderoso" para que as pessoas possam escolher onde querem trabalhar e partir de que local.

"Portugal é o melhor local para trabalhar e também para estar em teletrabalho", concluiu.

As empresas vão ser obrigadas a pagar aos trabalhadores as despesas adicionais relacionadas com teletrabalho, como custos com energia e internet, segundo alterações à lei laboral aprovadas na terça-feira no parlamento.

Na quarta-feira, também foi aprovada uma alteração que prevê que os trabalhadores vão passar a estar obrigados a promover contactos presenciais entre os trabalhadores em regime de teletrabalho e as chefias com intervalos não superiores a dois meses.

Segundo uma proposta do PS aprovada de forma indiciária, no grupo de trabalho criado para discutir a regulamentação do teletrabalho, a prática do teletrabalho implica, para o empregador, vários deveres especiais.

Entre eles, "diligenciar no sentido da redução do isolamento do trabalhador, promovendo, com a periodicidade estabelecida no acordo de teletrabalho, ou, em caso de omissão, com intervalos não superiores a dois meses, contactos presenciais dele com as chefias e demais trabalhadores", pode ler-se na proposta.

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