Economia

Patrões faltaram a reunião com o Governo sobre os 24 mil milhões de euros do Portugal 2030

Confederações patronais decidiram não comparecer à reunião marcada pelo ministro do Planeamento. E preparam comunicado conjunto a explicar a situação

Patrões faltaram a reunião com o Governo sobre os 24 mil milhões de euros do Portugal 2030
TIAGO MIRANDA

As confederações patronais faltaram ao convite do Governo para debater as linhas orientadoras do novo quadro comunitário Portugal 2030, por sinal o envelope de fundos comunitários com mais verbas para as empresas. E estão a preparar um comunicado conjunto a justificar porque decidiram faltar.

A nota de agenda divulgada pelo ministério do Planeamento no final da tarde de segunda-feira apontava como certa a reunião desta terça-feira às 11h entre o ministro do Planeamento e os representantes das quatro confederações patronais: Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

Mas nem António Saraiva nem os restantes patrões apareceram na Presidência do Conselho de Ministros à hora divulgada pelo Governo aos jornalistas.

Sarado não está ainda o incidente em torno das medidas laborais propostas pelo governo à revelia dos parceiros sociais. Uma “falta de respeito” que levou os patrões a abandonar a Concertação Social em 22 de outubro. Apesar de o Governo ter tentado apaziguar as confederações patronais desde então.

O executivo socialista tem estado a auscultar autarcas, responsáveis políticos e demais parceiros sociais para levar o Portugal 2030 a Conselho de Ministros na próxima quinta-feira. O plano é colocá-lo em consulta pública aos portugueses já na próxima semana.

Os patrões já tinham dado conta ao Governo da indisponibilidade de se reunirem na Concertação Social.

Mas para contornar a situação, o Governo terá sugerido uma audiência em separado de modo a conseguir ouvir a opinião dos patrões quanto à repartição dos 24 mil milhões de euros de fundos europeus do próximo quadro comunitário de apoio para 2021-2027. Uma alternativa que os patrões acabaram por recusar.

Esta segunda-feira, o Expresso já avançara a data indicativa de 16 de novembro para o possível regresso dos patrões à mesa das negociações da Concertação Social. Mas esse eventual regresso será para discutir o aumento do salário mínimo nacional para o próximo ano.

Aliás, as confederações patronais já contavam reunir-se esta semana para discutir os moldes do seu regresso à concertação social e quando este acontecerá.

No âmbito das audições sobre o Portugal 2030, o Governo reuniu segunda-feira o Conselho de Concertação Territorial.

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, conta fechar esta terça-feira as reuniões já concluídas com os seguintes dirigentes: Bloco de Esquerda, Partido Social Democrata, Partido Comunista Português, Centro Democrático e Social, Partido Animais e Natureza, Partido Ecologista “Os Verdes” e Partido Socialista.

Quarta-feira, Nelson de Souza espera concluir da parte da manhã o programa de apresentação das linhas orientadoras do Acordo de Parceria Portugal 2030 aos restantes partidos políticos.

Para a tarde de quarta-feira estão agendadas reuniões com a Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical Nacional (CGTP–IN) e a União Geral de Trabalhadores (UGT).