“Face ao aumento brutal dos custos de produção, é inevitável que os preços dos bens agroalimentares venham a sofrer um aumento significativo”. É desta forma que a Fenapecuária – Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Pecuários resume o que se passa no sector, devido ao aumento generalizado dos custos associados à energia, rações, adubos, e fitofármacos.
Esta “enorme escalada de preços” resulta, segundo aquela organização, num “enorme desânimo para toda uma classe agrícola, uma vez que, até agora, os agricultores não têm sido devidamente ressarcidos nos preços dos seus produtos”.
Idalino Leão, presidente da Fenapecuária, afirma que “é inevitável que os preços dos produtos agrícolas subam e, a continuar assim, Portugal corre sérios riscos de aumentar, ainda mais, a sua dependência externa, pois existem produtores que já ponderam encerrar a sua atividade”.
O mesmo responsável nota ainda que “este contexto só vem colocar a nu a enorme dependência da União Europeia face a outros blocos mundiais. O que prova que a recente estratégia defendida para a futura PAC (Política Agrícola Comum) é um erro que só vai agravar, ainda mais, os desequilíbrios e a nossa dependência do exterior”.
A Fenapecuária alerta, assim, para a urgência e necessidade da subida dos preços da carne e do leite, e garante que “até os consumidores estão sensíveis e recetivos para esta problemática”, e que aquilo que se espera é que todos os elos da cadeia agroalimentar se comprometam e atuem nesse sentido, trazendo mais justiça e equidade à fileira.
Por fim, o presidente da Fenapecuária, deixa o desafio à tutela: “este é também o tempo de os nossos governantes assumirem que é importante defender e promover a soberania alimentar de Portugal, e que devem usar todas as ferramentas ao seu dispor”.
Idalino Leão apela para a necessidade de se encontrar um caminho para reduzir os custos fixos com eletricidade e com combustíveis, sob pena de se aniquilar toda uma fileira responsável por milhares de postos de trabalho e pelo alimento no prato dos portugueses.