Os empréstimos concedidos a empresas e a particulares cresceram em outubro mas foi apenas no caso destes últimos que houve uma aceleração, de acordo com os mais recentes números do Banco de Portugal.
Em outubro de 2021 a concessão de empréstimos aos particulares continuou a acelerar: os empréstimos para habitação cresceram 4,4% em relação a outubro de 2020, para 96,3 mil milhões de euros (tinham crescido 4,3% no mês anterior) e os empréstimos ao consumo cresceram 1,7% face a outubro de 2020, para 19,2 mil milhões de euros (tinham crescido 1,5% em setembro).
O Banco de Portugal publicou esta sexta-feira a nota de informação estatística “Empréstimos e depósitos bancários”, relativa a outubro de 2021, uma nota que se debruça sobre os empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares.
Os bancos estão a emprestar mais dinheiro às empresas do que no ano passado, mas a um ritmo cada vez mais brando. Em outubro de 2021, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas cresceu 4,9% em relação a outubro de 2020, para 76 mil milhões de euros (tinha crescido 5,1% no mês anterior). O ritmo de crescimento destes empréstimos diminuiu pelo sexto mês consecutivo.
Mais de metade destes empréstimos (54%) foram concedidos às empresas que pertencem aos setores mais atingidos pela pandemia — nomeadamente comércio, alojamento e restauração, transportes e armazenagem e indústrias transformadoras. Os mesmos que são considerados elegíveis para aceder à linha de apoio para reestruturação da dívida ("Retomar").
A indústria transformadora foi a que mais empréstimos obteve, seguida do comércio, imobiliárias, consultoria e administrativa e finalmente a construção.
“Os empréstimos concedidos às empresas de alojamento e restauração são os que têm crescido de forma mais expressiva, em resultado das linhas de apoio à economia”, indica o BdP, na nota publicada na respetiva página de internet.
Depósitos à ordem impõem-se
Os depósitos que os particulares detinham em bancos residentes no mês de outubro mantiveram o ritmo de crescimento de 6,9% em relação ao mês homólogo, totalizando 169,7 mil milhões de euros. Este montante engloba depósitos a prazo e depósitos à ordem, sendo que os depósitos à ordem representavam 47% do total dos depósitos detidos por particulares quando, há cinco anos, correspondiam a 30%.
“Esta alteração reflete o contexto de taxas de juro baixas observadas nos últimos anos e a facilidade com que os bancos se têm financiado junto do Eurosistema”, refere o Banco de Portugal.