Economia

Mais de metade das empresas acredita que fraudes estão a aumentar

Quase 60% das empresas inquiridas pela Deloitte em Portugal considera que a pandemia de Covid-19 promoveu o aumento das fraudes no mercado nacional.

Mais de metade das empresas portuguesas (ou 58%) acredita que o número de ocorrências de fraude no setor empresarial aumentou em Portugal, aponta o Deloitte Fraud Survey Portugal 2021, inquérito realizado entre junho e julho deste ano e que contou com respostas de 137 empresas.

Uma fatia ligeiramente maior das empresas inquiridas, de 59%, considera que a pandemia de Covid-19 promoveu o aumento de fraude no mercado nacional. Só no setor dos serviços não financeiros é que 45% dos inquiridos considera que a pandemia não teve impacto significativo na ocorrência de fraude.

Os setores de serviços financeiros (47%), bens de consumo (17%) e serviços não financeiros (12%) são aqueles onde a perceção de ocorrência de situações de fraude é mais comum.

O tráfico de influências (68%), a corrupção (53%) e a escolha preferencial de parceiro (47%) continuam a ser, respetivamente, as três principais formas de fraude em Portugal, dizem as inquiridas. Esta é a terceira edição do estudo.

Analisando por região, verifica-se que as empresas situadas na Grande Lisboa e no Norte atribuem maior peso ao tráfico de influências (70% e 69%, respetivamente), do que empresas de outras regiões (57%).

Das empresas inquiridas, 15% declara que testemunharam situações de fraude no último ano, identificando como principal situação de fraude o desvio de fundos (43%).

“O problema da fraude apresenta inúmeros impactos negativos nas empresas, tais como elevados custos financeiros, consequências legais e de reputação”, alerta Joaquim Paulo, sócio da Deloitte, citado no comunicado enviado pela consultora à imprensa.

A falta de valores éticos (48%) e os sistemas de controlo ineficientes (38%) são percebidos como as razões base para a ocorrência de fraude por parte dos inquiridos. Ainda assim, cerca de três quartos destas empresas consideram que não se deve evitar uma denúncia de fraude às autoridades competentes, mesmo que a mesma possa ter um impacto negativo na organização.

Por fim, quanto às eventuais medidas decorrentes da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2027, 57% das empresas acredita que estas apenas terão efeitos caso existam sanções efetivamente aplicadas. Esta opinião é reforçada ao nível das PME (61%) face às grandes empresas (53%).