Economia

Preços das casas subiram 9,9% no terceiro trimestre face a 2020

Volume de casas transacionadas cresceu 25,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, para 54.654 unidades, e o valor aumentou 38,7%, para 9,4 mil milhões de euros. Já a variação de preços entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano é de 3,6%, revelou esta quinta-feira o INE.

Pelo segundo trimestre consecutivo, os preços das casas em Portugal cresceram face a igual período do ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Aumento da procura e do recurso ao crédito à habitação e os progressos no controlo da pandemia são alguns dos fatores que contribuem para esta subida face a igual período do ano passado.

O índice de preços da habitação (IPHab) revelado esta quinta-feira pelo INE dá conta de uma variação homóloga de 9,9% entre julho e setembro, 3,3 pontos percentuais (p.p.) acima do registado nos três meses anteriores. Devido ao tipo de oferta disponível, mais orientada para os segmentos altos em detrimento dos segmentos médios, foi nas transações de edifícios existentes que se assistiu a maior valorização, com os preços a subirem 9,9%, mais 0,4 pontos percentuais do que nas casas novas (9,5%), relativamente ao terceiro trimestre de 2020.

Se o aumento da procura relativamente a igual período do ano passado – marcado por sucessivos confinamentos e pela incerteza face à evolução da economia – fez aumentar os preços entre julho e setembro, a variação face ao trimestre anterior é de amplitude mais reduzida. O crescimento deste indicador foi de 3,6% no período em análise, depois de uma variação de 2,2% no segundo trimestre de 2021. Já em relação às habitações existentes, a taxa de variação fixou-se em 3,9%, 1,4 p.p. acima do aumento observado nas habitações novas (2,5%).

O INE revela ainda um crescimento de 25,1% do número de transações para 56.464 habitações face a igual período do ano passado, progressão semelhante à registada mensalmente que foram de 26,8%, 24,5% e 23,9%, respetivamente, em julho, agosto e setembro. O valor das habitações transacionadas no trimestre de referência ascendeu a 9,4 mil milhões de euros, mais 38,7% que no terceiro trimestre de 2020. Do total das transações, 47.878 corresponderam a habitações existentes, o que representa um aumento de 27,3% em termos homólogos. Nas habitações novas o aumento do número de transações foi menos intenso, 14,2%,

Área Metropolitana de Lisboa cresce 1,2 pontos percentuais

A Área Metropolitana de Lisboa mantém-se como o mercado mais importante do país, com o valor das transações a fixar-se nos 4,2 mil milhões de euros no terceiro trimestre do ano, o que representa 44,6% do total nacional, traduzindo-se num acréscimo homólogo de 1,2 pontos percentuais.

Para as regiões Norte e no Centro, o INE apurou transações de 2,2 mil milhões de euros e 1,2 mil milhões de euros, respetivamente, aos quais corresponderam pesos relativos de 23,4% e 13%, pela mesma ordem. Nestas duas regiões, o INE salienta que se registaram reduções das respetivas quotas relativas de 1,3 pontos percentuais no Norte e 0,8 pontos percentuais no Centro.

O Algarve, com um total de 1,1 mil milhões de euros, registou um incremento no respetivo peso relativo de 1,1 p.p., perfazendo 11,8%. No Alentejo, as habitações transacionadas totalizaram 401 milhões de euros, representando 4,3% do total (-0,2 p.p. em termos homólogos). Na Região Autónoma dos Açores, o valor das habitações transacionadas fixou-se nos 99 milhões de euros, 1,1% do total, sendo que na Região Autónoma da Madeira ascendeu a 172 milhões de euros, correspondendo a um peso relativo de 1,8%.

Segundo o INE, no trimestre em análise observou-se um aumento generalizado do número e do valor das transações de alojamentos nas várias regiões, tendo o mesmo sido mais expressivo no Algarve, na Região Autónoma dos Açores e na Área Metropolitana de Lisboa. Nestas três regiões, o crescimento homólogo no número e no valor das transações igualou ou excedeu a média nacional. Assim, relativamente ao número de transações, o Algarve, a Região Autónoma dos Açores e a Área Metropolitana de Lisboa, registaram taxas de variação de 39,9%, 33,6% e 29,1%, respetivamente. Em valor, as referidas regiões, aumentaram 53,3%, 38,7% e 42,5%, pela mesma ordem.