Economia

Em dia de greve, CGD ataca argumentos apresentados pelo sindicato STEC

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa marcou uma greve para esta quinta-feira, dia 30, e sexta, dia 31. É a terceira greve deste ano. Os trabalhadores reclamam um aumento da tabela salarial, entre outras reinvindicações. A Caixa contra-ataca

Em dia de greve, CGD ataca argumentos apresentados pelo sindicato STEC
ANTÓNIO COTRIM

A Caixa Geral de Depósitos, liderada por Paulo Macedo, "lamenta a decisão do Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), ao contrário dos demais sindicatos da banca, de avançar para a greve em pleno processo de negociação de revisão salarial", refere o banco em comunicado.

O sindicato reclama um aumento de 2%, a Caixa chegou aos 0,4%, mas as negociações estão ainda em aberto.

Segundo o comunicado, o banco público afirma que a "massa salarial da Caixa Geral de Depósitos teve um aumento em 2021 superior a 1,1%. Com a atual proposta da Caixa para tabela salarial, o aumento ficará em 1,5%".

No comunicado pode ler-se ainda que a Caixa considera que "a greve é um direito que assiste a todos os trabalhadores, mas não deve ser banalizado, nem ser uma desvantagem competitiva face aos concorrentes".

"A Caixa comprometeu-se com os sindicatos a apresentar uma proposta, o que efetivamente fez. Apesar da falta de acordo, as negociações continuam à semelhança dos restantes bancos", acrescenta a instituição liderada por Paulo Macedo no comunicado.

Tabela é superior à dos outros bancos

O banco público avança ainda a informação de que "tem uma tabela de remunerações muito acima dos restantes bancos com quem concorre (mais de 19%), praticando uma remuneração média para colaboradores em funções diretivas de 5.715 euros e funções não diretivas de 2.353 euros. E uma pensão média de 2.118 euros". Recorda ainda que em 2020 "foi o primeiro banco a fechar a negociação da tabela salarial com os sindicatos, logo em janeiro".

Além da revisão da tabela, a Caixa dá nota de que "propõe também uma atualização dos valores das cláusulas de expressão pecuniária, mesmo sendo já as mais altas da banca". E, destaca que o subsídio de alimentação (11,32 euros/dia) é superior em 16,5% ao da restante banca (9,72 a 9,75 euros/dia).

Apoio ao nascimento

"O valor do subsídio infantil é, em média, superior em 120% ao valor do praticado em toda a banca", sublinha o banco público, referindo que "ainda assim, a administração apresentou uma proposta de aumento no subsídio de apoio ao nascimento (+1,9%) que passará para 800 euros.

E passa também pelas condições oferecidas em outros segmentos como sejam o de trabalhador-estudante. Diz que "apesar de na Caixa o subsídio ao trabalhador-estudante ser 5,63% mais elevado que a média da banca, a proposta aumenta o seu valor em 4,7%".

E refere também que a proposta "prevê o aumento do apoio ao estudo dos filhos até ao 12º ano, que já é 6,56% mais alto que a média da banca e também um aumento de 2,55% no subsídio de apoio ao estudo para o ensino superior".

Prémios para 82% dos trabalhadores

Cerca de 82% dos colaboradores tiveram prémios de desempenho em 2021. A CGD sublinha que "o trabalho, mérito, empenho e dedicação dos seus trabalhadores tem tido reconhecimento" e que "cerca de 1.350 colaboradores foram promovidos em 2021 e vão ser realizadas 802 promoções no primeiro trimestre de 2022".

A Caixa remata o extenso comunicado dizendo que "como instituição relevante no setor bancário nacional continuará a cumprir o seu papel, em concorrência com os restantes bancos, apesar da maior tabela salarial e de maiores encargos com o Fundo de Pensões (com condições únicas no país)".

E refere que, como banco de capitais públicos, "cumpre-lhe assegurar que tem a solidez financeira para enfrentar os desafios futuros, mas também para prosseguir a missão de devolver os montantes que os portugueses e investidores que lhe confiaram quando da recapitalização de 2017".