Economia

Grupo Lufthansa vai operar milhares de voos quase vazios

Companhia vai fazer 18 mil voos com poucos ou nenhuns passageiros para garantir as slots nos aeroportos.

Grupo Lufthansa vai operar milhares de voos quase vazios

A Lufthansa anunciou que o grupo que lidera vai operar mais de 18 mil voos, praticamente vazios, nos próximos meses na Europa. A companhia diz que, apesar da quebra nas vendas, tem de manter os voos para não perder o direito aos slots nos aeroportos.

As vendas de passagens aéreas estão a cair a pique. Depois de alguns meses de ligeira recuperação, esta nova vaga, que a variante Omicron está a espalhar e a fazer com que as companhias vendam cada vez menos bilhetes. Mas, apesar de transportarem menos pessoas, as empresas não se podem dar ao luxo de cancelar a maior parte dos voos.

O grupo Lufthansa – que inclui a Brussels Airlines, a Austrian  Airlines, a Eurowings e a Swiss – anunciou que vai efetuar mais de 18 mil voos, com poucos, ou nenhuns passageiros. Só a Brussels Airlines já decidiu que serão 3 mil viagens, particamente vazias, nos próximos 2 meses.

A porta voz da companhia diz que é a única forma de garantir que não perdem os slots acordados com os diversos aeroportos de onde descolam e onde aterram. Uma decisão que, além de representar elevados custos de operação – já que sem passageiros os voos se tornam economicamente inviáveis – tem também enormes custos ambientais.

O Governo belga já apelou a uma mudança urgente das regras que, na Europa, determinam os horários de aterragem e descolagem e as rotas que as companhias têm de manter ativas sob pena de estarem a ser operados aquilo a que chamou de voos fantasma.

Neste momento, as empresas têm de operar pelo menos 50% dos slots adquiridos, sob pena de poderem perdê-los. Esta percentagem já foi uma revisão, uma vez que, antes do mundo ser atingido pela pandemia, o limite era 80%.

No entanto, deverá voltar a subir para os 64% a partir de março e as companhias dizem que não vão conseguir cumprir esta meta. Os passageiros continuam muito reticentes e a não mostrarem terem vontade de viajar de avião.

Apelam a que se adotem as políticas agora em vigor nos Estados Unidos, onde as regras dos slots foram, temporariamente, suspensas, enquanto dura a pandemia.

Jornalista: Teresa Canto Noronha