Hugo Séneca, jornalista do Expresso, considera que o impacto do ciberataque à Vodafone, na segunda-feira, tem um impacto a nível económico quase de “terrorismo” e prevê que este tipo de ataques comecem a ser frequentes.
Na Edição da Tarde, o jornalista lembra que o apagão foi em “larga escala” e afetou quase todos os serviços:
“Durante uma hora, pelo menos, quatro milhões de clientes da Vodafone estiveram impedidos de comunicar“.
O que distingue este ataque dos outros
Hugo Séneca diz que a resolução do ataque terá de ser feita em cadeia e salienta:
“Este ataque distingue-se da maioria dos ataques: atacaram a infraestrutura e não a rede associada ao negócio“.
Considera ainda que deve servir de alerta porque pode replicar-se no futuro e sugere que os operadores trabalhem em cooperação para “não deixarem o país parado”, em caso de falha de um dos operadores.
Impacto do ataque
O jornalista alerta que as pessoas devem ter cuidado com a origem de emails e mensagens e ainda para as localizações nos dispositivos. Diz ainda que têm de se habituar a este tipo de ataques porque podem começar a ser frequentes.
Na Edição da Tarde, Hugo Séneca considera ainda que os autores do ataque merecem uma pena severa.
“O impacto a nível económico é quase de terrorismo”, afirma.
Vodafone alvo de ciberataque
A Vodafone foi alvo de um ciberataque “deliberado e malicioso” na noite desta segunda-feira, informou a empresa em comunicado.
Este ataque estará assim na origem dos problemas técnicos registados nas comunicações desta rede. Há clientes que ficaram sem acesso aos serviços de telefone e rede de Internet.
“Assim que foi detetado o primeiro sinal de um problema na rede, a Vodafone agiu de forma imediata para identificar e conter os efeitos e repor os serviços”, lê-se no comunicado.
Até ao momento já foram recuperados “os serviços de voz móvel e os serviços de dados móveis estão disponíveis exclusivamente na rede 3G em quase todo o país”.
Segundo a Vodafone, está a ser afetada a “prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital”.
“Infelizmente, a dimensão e gravidade do ato criminoso a que fomos sujeitos implica para todos os demais serviços um cuidadoso e prolongado trabalho de recuperação que envolve múltiplas equipas nacionais, internacionais e parceiros externos”, acrescenta a empresa.
Saiba mais:
- O impacto e as implicações do ciberataque à Vodafone
- Vodafone pede desculpa aos clientes após ter sido alvo de “ato terrorista e criminoso”
- Falhas na rede Vodafone estão a afetar chamadas para o 112
- Ataque Vodafone: rede multibanco também foi afetada mas serviço já foi reposto
- Ciberataque à Vodafone: não há indícios de acesso a dados dos clientes
- “Instabilidade pontual” na rede multibanco após ataque à Vodafone
- Ciberataque à Vodafone: “Atacar um operador de telecomunicações pode ser gravíssimo para um país”
- PJ está a investigar ataque à Vodafone e reforça apelo às empresas
- Ciberataques: falhas na Vodafone afetam serviços do IPMA