O Banco Best foi condenado a indemnizar em mais de dois milhões de euros seis clientes lesados por uma ex-funcionária. O tribunal considerou que a instituição bancária é responsável pelos prejuízos causados a esta família durante 15 anos. O banco promete recorrer.
No epicentro do caso está Ana Mafalda Prazeres, agora com 62 anos, acusada de mais de uma centena de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e acesso ilegítimo.
Durante década e meia, entre 2001 e 2016, terá montado, segundo a investigação, um esquema de pirâmide, lesando ao todo mais de 30 clientes, sobretudo por via de falsos investimentos em apólices de seguros da Império Luxemburgo, atualmente Fidelidade.
O processo ainda não chegou a julgamento, mas os lesados avançaram também em simultâneo na justiça cível contra o banco Best. Exigem ser indemnizados pelos prejuízos.
No acórdão a que a SIC teve acesso, o tribunal deu razão aos seis clientes que interpuseram a ação – todos da mesma família.
Ana Mafalda tinha contrato com o banco Best como “agente vinculada”, mas, segundo a Justiça, funcionaria na prática como gestora bancária e até do próprio património da instituição que representava, cujo trabalho era ou devia ser supervisionado por uma direção do banco.
O banco foi condenado a indemnizar os seis clientes em mais de 2 milhões e 200 mil euros, mas mantém que os crimes de que Ana Mafalda Prazeres está acusada terão sido praticados à revelia da instituição bancária, a título particular. Acusa ainda os clientes de colaborarem, de forma negligente e deliberada, com a arguida.
Contactado pela SIC, o banco Best rejeita qualquer responsabilidade, considera a indemnização inaceitável e promete recorrer para o tribunal da Relação. Lembra que tem a correr uma queixa-crime contra a antiga funcionária.