André Ventura advogou esta segunda-feira que “vem aí uma certa dose de austeridade” e que o Governo fez uma revisão em baixa do crescimento da economia para este ano, abaixo dos 5% inicialmente previstos.
“Vem aí uma certa dose de austeridade. Isso sente-se na incapacidade do Governo em fazer apoio direto aos contribuintes em matéria de contribuintes e energia“, disse o líder do Chega no final da reunião com o Executivo para conhecer as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2022.
Durante a reunião, Ventura diz que o ministro das Finanças, Fernando Medina, se comprometeu com um apoio às indústrias altamente consumidoras de energia, mas não se referiu “à grande massa da população contribuinte”. O líder do Chega defende que se deve aplicar uma subsidiação direta aos gasóleo e gasolina aplicável diretamente postos de combustível, citando como exemplo o que se passa em Espanha.
Destaca ainda que Medina “deixou claro que não pensa mexer nas taxas de imposto ao longo do próximo ano“. O líder do Chega considera que esse fator irá levar a “uma certa austeridade” devido à conjugação do “aumento dos custos sem haver o consequente aumento de apoios”.
“Nós referimos várias vezes que face ao nível de inflação que estamos a ter, às dificuldades que está a haver para obter energia e tê-la a preços acessíveis, era importante mexer nas taxas de IVA, não só de combustível, mas de outros bens. O Governo manifestou-se indisponível para fazer essa descida“, prossegue.
Ventura revelou ainda que o ministro das Finanças transmitiu que vai haver uma revisão do crescimento da economia portuguesa face ao Programa de Estabilidade.
“O que o Governo admite é uma revisão em baixa dos níveis de crescimento. [O ministro das Finanças] não nos disse qual é que era a variação que é expectável”, disse o presidente do Chega.
O antigo ministro das Finanças, João Leão, tinha anunciado no final de março que o Programa de Estabilidade para o período 2022-2026 apontava para um crescimento de 5% em 2022 e de 3,3% no próximo ano.
COM LUSA
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