A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta terça-feira que a poupança de energia "é vital para a segurança energética" da União Europeia, quando entra em vigor a meta voluntária para diminuir o consumo de gás.
O nosso plano de emergência para reduzir a procura de gás em toda a UE está agora em vigor e vários Estados-membros já tomaram medidas valiosas e voluntárias em direção ao nosso objetivo: em conjunto, pretendemos reduzir a utilização de gás em pelo menos 15%
A líder do executivo comunitário adiantou que "a poupança de energia é vital para a segurança energética da Europa", num momento em que se teme um corte no abastecimento russo à UE.
A meta para reduzir voluntariamente 15% do consumo de gás na UE entra esta terça-feira em vigor, até à primavera de 2023, visando aumentar o armazenamento nos Estados-membros e criar uma "almofada" perante uma eventual rutura no fornecimento da Rússia.
O compromisso foi adotado formalmente pelo Conselho da UE na passada sexta-feira, por maioria qualificada, com os votos contra da Hungria e da Polónia.
A meta, a partir de hoje, é uma redução voluntária do consumo de gás natural na ordem dos 15%, valor que pode diferir entre países, já que foram introduzidas isenções e derrogações para ter em conta as situações particulares dos Estados-membros.
Com o regulamento agora em vigor, está ainda prevista a possibilidade de desencadear um "alerta da União" perante escassez, cenário no âmbito do qual a diminuição da procura de gás se tornaria obrigatória.
E Portugal?
Portugal, por exemplo, "enquadra-se nos países que poderão, por ter fracas interconexões, ver a sua meta reduzida em oito pontos percentuais face ao objetivo inicialmente definido, caso venha a ser criada uma obrigação de redução de gás", informou o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.
Além disso, Portugal "pode deduzir um conjunto de circunstâncias" em que também se encontra, "como a produção de energia elétrica na segurança do sistema ou a necessidade de utilização do gás como matéria-prima em indústrias ou setores indispensáveis", acrescentou o governante, em declarações prestadas após o acordo político na UE, há uma semana.
Em Portugal, em 2021, o gás russo representou menos de 10% do total importado.