A crise energética fez disparar a procura e o preço dos pellets, um combustível de madeira usado, por exemplo, em lareiras.
O aumento foi de 300% em comparação com o ano passado. Em 2021 um saco de 15 quilos custava 3,5 euros, este ano é vendido, em alguns locais, a mais de 10 euros.
Os empresários alegam que os custos de produção também aumentaram e pedem uma descida do IVA.
"Não faz sentido que o Governo por uma mera medida fiscal esyeja a distorcer o preço e a procura. Todos os portugueses lá em casa estarão prejudicados pelo facto de estarem a pagar 23% do IVA nos pellets e a pagar 13% e 6% noutras energias alternativas", considera Vítor Peças, presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário.
Coelho Guedes, empresário, explica que em Espanha o produto chega à prateleira do supermercado "bastante mais barato que em Portugal", principalmente por existir uma "diferença entre 5% e 23% para o mesmo produto".
Portugal produz um milhão de toneladas de pellets de madeira, pequenos cilindros de serrim comprimido, obtidos a partir da limpeza da floresta e de desperdícios da indústria transformadora de madeira.
Cerca de 70% é exportado para queimar nas centrais de produção de eletricidade no Reino Unido, na Dinamarca, França e Países Baixos e os empresários garantem que estão a resistir à tentação de vender mais para o estrangeiro.
Os empresários admitem que o preço vai continuar a aumentar, mas não antecipam falhas no abastecimento do mercado nacional, que todos os anos consome cerca de 300 mil toneladas.