Economia

Prioridade para o novo aeroporto é concluir avaliação para que haja decisão política, diz Pedro Nuno Santos

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O ministro das Infraestruturas diz que não se podem fechar portas a nenhuma das localizações, nem a uma solução que permita a expansão. Já Marcelo considera que a falta de consenso que dura há décadas é "dramática".

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerou esta terça-feira que a prioridade para o novo aeroporto é que a avaliação seja concluída para que haja uma decisão política, tendo a certeza de que nunca estarão todas as partes de acordo.

Pedro Nuno Santos, que chegou a defender a solução a longo prazo fosse Alcochete, desta vez não quis falar em localizações: “Não cabe a mim vir defender nenhuma localização”. No entanto, o ministro afirmou ser importante que se mantenha a porta aberta a uma solução aeroportuária para Lisboa que permita a expansão, para que não tenha de se discutir novamente o tema daqui a alguns anos."

"Não precisamos de fazer um aeroporto com quatro pistas amanhã, mas era importante que não fechássemos portas a uma expansão", afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, que encerrou o colóquio "Novo aeroporto: tempo de decidir", promovido pelo Conselho Económico e Social (CES), na Fundação Oriente, em Lisboa.

Já o Presidente da República, numa outra conferência, deixava avisos para serem ouvidos pelo Governo. Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a falta de consenso “há décadas” sobre o novo aeroporto “é dramática”.

Das localizações que vão ser estudadas pela comissão independente de avaliação, Montijo é aquela que não permite expansão futura. A solução Alverca reivindica que pode fazer quatro pistas, mas Santarém foi quem mais carregou na apresentação. O consórcio privado garante que a capacidade inicial é de 10 milhões de passageiro por ano. No entanto, se a solução for Santarém, o Porto põe-se fora dela.

"Não há nenhuma cidade europeia que tenha um aeroporto a 85 quilómetros. há sempre este mito em Portugal que há aqui interesses imobiliários, não deve haver maior que em Santarém", afirmou Rui Moreira também presente na conferência.

O governante pediu ainda “alguma humildade nas projeções de procura que se vão fazendo”, porque "normalmente as projeções saem furadas".

"Depois vamos ter todos de conseguir ter alguma humildade no debate sobre os nossos próprios conhecimentos", acrescentou.

"Uma plataforma que distribui europeus pelo mundo"

O ministro pediu ainda que se olhe para o estudo que vai ser feito tendo em conta "não apenas que o aeroporto de Lisboa é uma estação de partida e chegada, mas uma plataforma que distribui europeus pelo mundo". Admitindo que a decisão que for tomada não será 100% consensual, o governante vincou que o que é consensual é que o aeroporto Humberto Delgado está saturado.

"A grelha de 'slots' [faixas horárias para descolar e aterrar] para o verão de 2023 é assustadora, está tudo a vermelho, não há espaço para mais aviões na Portela", alertou.

A Comissão Técnica que irá levar a cabo a avaliação ambiental estratégica para o novo aeroporto de Lisboa, que o ministro considerou ter "uma tarefa enorme em mãos", vai estudar cinco soluções, podendo ainda propor mais caso entenda.

Em causa, está a solução em que o Aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o Aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.

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