O Banco de Portugal avisa que as famílias estão a socorrer-se do que amealharam para enfrentarem a subida da inflação.
"Já são, sobretudo, as famílias que têm crédito à habitação e que estão a sentir as primeiras atualizações do crédito (…) E umas [famílias] que já não conseguem de todo pagar a atualização e outras que ainda conseguem pagar a prestação agora revista, mas que nos dizem que, dificilmente, daqui a seis meses irão conseguir pagar a nova atualização da renda", afirma Natália Nunes, da DECO.
De acordo com o banco central, o que não foi possível gastar durante o confinamento, imposto devido à pandemia de covid-19, já está a ser o balão de oxigénio de muitas famílias.
Na altura, registou-se a mais alta taxa de poupança desde a entrada no euro. O regresso à normalidade estabilizou os valores, mas agora o sentido é inverso.
Segundo um estudo do Banco de Portugal, cerca de 40% das famílias vão ficar numa situação limite, em 2023, sobretudo, as que têm rendimentos mais baixos e que gastam a maior parte do orçamento mensal no consumo de bens essenciais, comida e energia.