Não acontecia desde 2015: a taxa de juro de novos créditos à habitação supera, em média, os 3%. É uma subida que, no próximo mês, já deverá atingir mais de metade dos empréstimos indexados à taxa Euribor.
No primeiro trimestre do ano, em Portugal, mais de metade dos empréstimos de taxa variável já deverão estar a sentir o aumento extraordinário dos juros.
Em função da data de revisão e do prazo da taxa Euribor, os empréstimos vão sendo atualizados.
Segundo o Banco de Portugal, 54% dos contratos de crédito à habitação com taxa variável, e que estavam em vigor no fim de novembro, terão a taxa revista até fevereiro, o que implicará um aumento da prestação bancária.
Já em 31% dos contratos, a revisão ocorrerá entre março e maio e os restantes 15% serão atualizados entre junho e novembro.
Atualmente, a taxa a um ano já passou os 3%. A seis meses, está acima dos 2,7% e a 3 meses, ronda os 2%.
Mas nem tudo é mau. O atual cenário pode também indicar que parte do caminho já foi feito.
Há menos de três semanas, o Banco Central Europeu anunciou o quarto aumento consecutivo na taxa de referência e sinalizava pelo menos mais três subidas que os analistas acreditam serem as últimas.
Quanto à taxa fixa, continua ainda a ser uma opção pouco atraente, em grande parte porque continua acima das taxas variáveis em cerca de 1,3 pontos percentuais. Por outro lado, e desde 2021, a taxa fixa também subiu - mais que duplicou - passando de 2% em 2021, para os atuais 4,2%.