Economia

Santander em Portugal aumenta já salários em 4% e coloca vencimento mínimo em 1400 euros por mês

Santander em Portugal aumenta já salários em 4% e coloca vencimento mínimo em 1400 euros por mês

O banco vai continuar em negociações com os sindicatos porque a atualização agora antecipada é inferior à reivindicada. Haverá ainda promoções automáticas para 208 trabalhadores.

O Santander vai seguir a decisão do Banco BPI e do Novo Banco e antecipar já, mesmo sem o acordo com os sindicatos, os salários dos trabalhadores em 4%. Além disso, o salário mínimo a pagar no banco subirá também para os 1400 euros brutos.

“Ainda em janeiro será atribuído e processado um aumento salarial a todos [os] colaboradores de 4% sobre as rubricas ACT [Acordo Coletivo de Trabalho] ‘retribuição base’ e ‘diuturnidades’”, segundo uma mensagem enviada aos trabalhadores pela comissão executiva do banco, a que o Expresso teve acesso.

A decisão é idêntica à seguida pelos bancos privados, antecipando para janeiro o aumento de 4%, sendo que continuarão as negociações com os sindicatos, que reivindicam subidas salariais acima de 6% para este ano. Havendo uma atualização salarial mais elevada, ela poderá vir a ter efeitos retroativos.

Santander, Novo Banco e BPI decidiram todos o mesmo, mas a informação transmitida foi em dias diferentes: BPI na sexta-feira, Novo Banco na terça, Santander esta quarta. Tudo depois de protestos dos trabalhadores junto destas entidades, em Lisboa.

Adicionalmente, o banco presidido por Pedro Castro Almeida anunciou que irá rever em alta “o salário mínimo no banco para 1400 euros mensais, fixando este, assim, 84% acima do salário mínimo nacional [760 euros] e bem acima do salário médio nacional”. Em 2017, o salário mínimo nacional era de 557 euros, sendo que no Santander o vencimento mínimo estava nos 1200 euros mensais, pelo que a diferença percentual hoje é menor.

“Este valor continuará a ser majorado para todos os colaboradores com incentivos variáveis, de acordo com o seu contributo e resultados do banco”, continua a nota.

O banco português de capitais espanhóis revelou, igualmente, que vai processar já em janeiro os aumentos previstos nas promoções obrigatórias por mérito, sendo que estas vão fazer com que 208 trabalhadores registam aumentos, numa média de 6,9%. Ao todo, o Santander empregava, em setembro, 4638 trabalhadores.

Os prémios também virão mais cedo, com o seu processamento até ao fim de fevereiro. “Para os colaboradores que se mantêm no sistema de incentivos ou nele estiveram em 2021, representará um incremento médio de 33% face ao valor recebido em 2021”, diz a instituição financeira.

As negociações dos bancos com os sindicatos têm sido difíceis, com os bancos relutantes em chegar aos níveis reivindicados pelos sindicatos, apesar da melhoria transversal dos seus resultados em 2022. Na semana passada, e como referido, houve mesmo protestos junto das instituições em Lisboa.

A CGD e o BCP não se enquadram nestas negociações porque têm acordos de empresa, negociando individualmente com os sindicatos as atualizações salariais a aplicar.

No caso do banco público, a Caixa propõe aumentos de 3%, igualmente insuficientes para os sindicatos.