Os portos da Madeira fecharam 2022 com o recorde de escalas de navios de cruzeiros dos últimos 10 anos. Para manter este crescimento, o destino terá de assegurar tomadas para fornecer energia elétrica a estes gigantes dos mares.
O Virtuosa fez-se ao mar em 2021 e passou pelo Funchal três vezes antes de ser permitida a visita a bordo. As restrições por causa da covid-19 adiaram a tradição de ver por dentro um navio em estreia no porto.
Este gigante do mar, com capacidade para mais de 8.000 pessoas, foi construído com preocupações ambientais e pode ser alimentado a energia elétrica, sempre que atraca. A questão é que isso acontece poucas vezes, porque são poucos os portos com capacidade elétrica.
Nos portos da Madeira, só este ano se irá lançar o estudo para identificar uma solução a esse problema. O estudo terá um custo de 1,2 milhão de euros e será essencial para encontrar uma resposta, até 2030. O arquipélago poderá estar em risco de perder perto de meio milhão de turistas por ano.
Por enquanto, nem os impactos nos ecossistemas, nem o excesso de turistas está a travar o crescimento da procura por cruzeiros. No mundo há cerca de 350 navios de cruzeiro, uma pequena parte do negócio de navegação, onde são mais 100 mil. Essa pequena parte garante que está a investir para diminuir a pegada ecológica. No MSC Virtuosa, por exemplo, 95% da água vem do mar.
O desafio é complicado, mas é também certo que a indústria dos cruzeiros está de volta. O sonho de umas férias no mar ainda não se perdeu.