Entre as regiões dos países da União Europeia, o Algarve foi a que registou a segunda maior queda no produto interno bruto (PIB) real em 2021 face aos valores pré-pandemia, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira, 20 de fevereiro, pelo Eurostat.
A região portuguesa, com uma queda de 13,8% em 2021, ficou apenas atrás das Ilhas Baleares, de Espanha, que viram o PIB real - avaliado a preços constantes, isto é, sem ter conta o impacto da inflação - cair 15% em 2021 face a 2019, o último ano livre do impacto negativo da covid-19.
Não é surpreendente que as três regiões mais perdedoras tenham como base económica o setor do turismo, um dos mais impactados pelos encerramentos e limitações de movimento impostas para a contenção do vírus. Além das Baleares e do Algarve, as ilhas espanholas das Canárias perderam 13,4% do seu produto real entre 2019 e 2021, a terceira maior variação negativa na Europa.
As regiões europeias que registaram mais aumentos do PIB real em 2021 face a 2019 foram as regiões correspondentes ao sul, este e interior da Irlanda (Southern, Eastern e Midland), com variações positivas de 28,4%, 15,4%, e 14,1%, respetivamente.
Segundo o Eurostat, foram 79 as regiões com um PIB mais alto em 2021 face ao último ano pré-pandemia.
Na comparação entre 2021 e 2020, registaram-se aumentos do PIB real em todas as regiões europeias excepto nas regiões do Brabante Valão, na Bélgica, com uma queda de 2,4%; o departamento francês do Maiote, localizado no Oceano Índico (-0,7%), e o austríaco Tirol (-0,2%). A região europeia que mais recuperou em 2021 face ao ano anterior foi a região do Egeu Meridional, com uma variação de 16,7%; seguida do Sul da Irlanda, com 16,3%, e a Croácia Adriática, com 16%.
Maior parte de Portugal tem PIB per capita inferior a 75% da média europeia
No que toca ao PIB per capita medido por paridade de poder de compra, em 2021 a região do Luxemburgo liderou, com 268% da média europeia; seguida do Sul (261%), do Este e Interior da Irlanda, ambas com 239%, e da região de Bruxelas Capital, com 204%.
Segundo o Eurostat, “os valores mais elevados de PIB per capita nestas regiões podem ser, em parte, explicados pelo grande fluxo de trabalhadores pendulares” no caso do Luxemburgo e de Bruxelas, “e por algumas grandes empresas multinacionais sediadas nas regiões”, como é o caso nas regiões irlandesas em questão.
A região mais abaixo da média europeia foi Maiote, com 28% do poder de compra médio europeu, seguida das regiões búlgaras Yuzhen tsentralen, com 38%; e com 39% as regiões Severen tsentralen e Severozapaden.
Quanto a Portugal, a maior parte do país tem um PIB per capita inferior a 75% da média europeia. Só as regiões de Lisboa e Algarve (com 96% e 76%, respetivamente) escapam.
Mas as regiões Norte (65%), Centro (66%), Açores (66%), Madeira (70%) e Alentejo (71%) estão mais distantes da riqueza gerada em termos médios na UE.