Economia

Bruxelas exige que Twitter contrate mais trabalhadores para gerir conteúdos

Para cumprir a lei europeia dos serviços digitais, o Twitter terá de contratar moderadores de conteúdo e não depender exclusivamente de algoritmos ou de verificações voluntárias, exige a Comissão Europeia.

Bruxelas exige que Twitter contrate mais trabalhadores para gerir conteúdos
DADO RUVIC

O Twitter deve contratar mais humanos para moderar conteúdos e não depender excessivamente de voluntários e de soluções de inteligência artificial. Foram estas algumas das exigências de Bruxelas aos responsáveis da rede social norte-americana, o que poderá comprometer o plano de rentabilização defendido por Elon Musk, dono e líder da plataforma.

De acordo com o Financial Times desta quarta-feira, 8 de março, quatro fontes avançaram ao jornal que Bruxelas terá exigido em conversações com executivos do Twitter e com o próprio Musk a contratação de mais trabalhadores para a análise e verificação de factos de forma a cumprir com a lei europeia dos serviços digitais.

Apesar das garantias dadas por Musk de que iria reforçar os mecanismos de moderação automáticos, o comissário europeu para o mercado interno, Thierry Breton, ter-lhe-á dito, nessa conversa que decorreu em janeiro, que o cumprimento da lei só acontecerá com contratação de trabalhadores para estas áreas.

As grandes redes sociais têm de implementar mecanismos de controlo de conteúdos até setembro deste ano, incorrendo em multas que podem alcançar os 6% das receitas anuais no caso de incumprimento. Musk terá garantido a Breton que as contratações serão feitas até lá.

“Pretendemos cumprir na totalidade a lei dos serviços digitais e tivemos várias conversas produtivas com responsáveis da União Europeia no âmbito dos nossos esforços”, disse o Twitter em resposta ao jornal britânico.

Depois de ter despedido grande parte das equipas de moderação e de segurança quando dispensou, no final do ano passado, mais de metade dos trabalhadores da rede na tentativa de gerar poupanças que a rentabilizassem, Musk promoveu um sistema de moderação de conteúdo com base em decisões automáticas de inteligência artificial e em contribuições voluntárias de utilizadores, que fazem verificação de factos em publicações de veracidade duvidosa.

A Meta, dona do Facebook e do Instagram, tem verificadores nos seus quadros para limitar a disseminação de conteúdo falso.