Economia

Aumento dos preços: “Culpado seria talvez o Presidente da Rússia ou da China ou a seca”, diz CEO da Sonae

A CEO da Sonae rejeitou esta quinta-feira que a cadeia de distribuição seja culpada pelo aumento dos preços nos hiper e supermercados.

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Os hiper e supermercados do grupo Sonae lucraram quase 180 milhões de euros no ano passado. Quanto ao lucro total do grupo, subiu para mais de 340 milhões de euros. Na apresentação de resultados, a CEO da Sonae rejeitou a ideia de especulação de preços e garantiu que, mais uma vez, a inflação dos produtos alimentares não está a ser criada pela distribuição.

“Vejo tudo à procura de culpados, não é a cadeia alimentar de certeza. Se tivesse que procurar algum culpado seria talvez o presidente da Rússia ou China, ou a seca, a falta de chuva”, afirmou Cláudia Azevedo.

Num ano em que os hipermercados e supermercados do grupo aumentaram a quota de mercado, com o volume de negócios a atingir quase seis mil milhões de euros e um lucro de 179 milhões, o diretor financeiro recusou também que a Sonae esteja a aumentar os ganhos à boleia da subida da inflação.

“Durante o ano de 2022, o lucro do Continente foi 2,7% das vendas e, portanto, é preciso desmistificar algumas ideias de que existem margens de lucro de 40 ou 50%”, disse João Dolores.

Quanto à possibilidade de passar a haver fixação de preços, Cláudia Azevedo foi bem clara na resposta.

“Tentar fixar preços dá sempre mau resultado. O resultado final de uma política dessas são as prateleiras vazias”.

Em 2022, o grupo Sonae teve lucros de 342 milhões de euros, quase 28% mais do que no ano anterior. Ainda assim, é um valor que só foi atingido com recurso à venda de ativos que geraram mais valias extraordinárias.