Economia

Ministro do Ambiente cria unidade de missão para investir fundos europeus no Novo Pacto Verde

O Governo criou uma equipa para definir os sectores-chave para fazer face à emergência climática e ecológica até 31 de julho e propor um plano de investimento ecologicamente responsável até 29 de dezembro

Ministro do Ambiente cria unidade de missão para investir fundos europeus no Novo Pacto Verde
RODRIGO ANTUNES

Foi criada esta quarta-feira, por despacho publicado no Diário da República, uma unidade de missão que vai definir um Novo Pacto Verde. Até ao final deste ano, esta estrutura deve preparar para o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, uma proposta de plano de investimento ecologicamente responsável a médio-longo prazo, tirando partido dos fundos europeus.

O plano de investimento ecologicamente responsável a médio-longo prazo deverá contemplar: as infraestruturas necessárias para as próximas décadas; os setores-chave para fazer face à emergência climática e ecológica; assegurar a solidez da qualificação e da formação da população e a criação de empregos verdes e estáveis; assegurar a coesão territorial pela redução da fratura entre centro e periferias; e identificar os investimentos públicos a concretizar.

Entre as fontes de financiamento do plano constam o novo quadro comunitário Portugal 2030, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Política Agrícola Comum (PAC), o programa de Assistência de Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT) e o Fundo Ambiental.

No espaço de 15 dias serão designados os representantes das entidades que compõem a unidade de missão para o Novo Pacto Verde.

Tal incluirá a Secretaria-Geral do Ambiente; a organização Lidera; o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa); o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS); especialistas nas áreas de ecologia e desenvolvimento sustentável; os Ministérios da Economia e do Mar, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, das Infraestruturas; da Habitação; da Coesão Territorial; da Agricultura e da Alimentação; a Agência para o Desenvolvimento e Coesão; a Agência Portuguesa do Ambiente; o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas; a Direção-Geral de Energia e Geologia; e o Fundo Ambiental, que financia as atividades administrativas e logísticas da Unidade de Missão.

Cabe à unidade de missão definir o seu modelo de funcionamento até 28 de abril de 2023; estabelecer a metodologia para desenvolver um plano de investimento ecologicamente responsável a médio-longo prazo até 26 de maio de 2023 e definir os sectores-chave para fazer face à emergência climática e ecológica até 31 de julho de 2023. O plano de investimento ecologicamente responsável a médio-longo prazo que concretize o Novo Pacto Verde deve ser desenvolvido até 29 de dezembro de 2023.

Posteriormente, a unidade de missão deverá acompanhar o desenvolvimento dos investimentos para cada uma das áreas previstas; elaborar os relatórios periódicos de acompanhamento da execução dos investimentos; e contribuir para a prossecução dos trabalhos a desenvolver e para atingir os objetivos operacionais definidos dentro do prazo fixado.

A unidade de missão pode solicitar a colaboração ou proceder à consulta de outras entidades relevantes para o objetivo do trabalho a desenvolver, grupos de interesse, públicos e privados.

Será o caso de representantes da Assembleia da República, das associações setoriais empresariais, das universidades, do sistema científico e tecnológico, das organizações não governamentais, da sociedade civil, do sistema financeiro, da administração pública central, regional e local, e de peritos independentes de reconhecido mérito e idoneidade nas respetivas áreas de competência e do conhecimento para a promoção do Pacto.