Largas dezenas de trabalhadores de empresas públicas de transporte partiram esta quarta-feira, pelas 10:30, do Largo Camões, em Lisboa, em desfile para a casa oficial do primeiro-ministro, em São Bento, reivindicando um aumento de salários. Estes trabalhadores serão recebidos pelo gabinete de António Costa.
A marcha foi iniciada depois de os participantes aprovarem por unanimidade uma resolução em que exigem a reabertura dos processos de negociação na CP - Comboios de Portugal, no grupo IP (Infraestruturas de Portugal), na Transtejo e na Soflusa (ambas responsáveis pelas ligações fluviais no Tejo entre os distritos de Lisboa e Setúbal), bem como a continuação das negociações na Metropolitano de Lisboa.
Pelo caminho vão gritando palavras de ordem como "o aumento do salário é justo e necessário", "o público é de todos, o privado é só de alguns" ou "os salários a encolher, os lucros a crescer".
O sindicato dos revisores é um dos que está em protesto, por melhores salários e condições de trabalho. O representante sublinha que estão disponíveis para negociar. As empresas públicas de transportes consideram insuficiente o aumento salarial de 3,49% face à inflação.
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da CP, da IP, da Metropolitano de Lisboa e da Transtejo/Soflusa (que têm uma administração comum) convocaram em março a concentração de hoje, pela valorização dos salários e das condições laborais.
Os trabalhadores destas empresas têm realizado várias greves nos últimos meses, reivindicando a reposição do poder de compra e a melhoria geral das condições de trabalho.
Alem da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), organizadora do protesto, estão presentes representantes de uma quinzena de estruturas sindicais do setor dos transportes.