Economia

Carga fiscal sobre rendimentos: Portugal é o 9.º país da OCDE com valor mais alto

Pelo quarto ano consecutivo, a carga fiscal sobre o trabalho subiu. Entre 2021 e 2022, foram as famílias com filhos que mais sentiram o aumento.

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Portugal subiu para o 9.º lugar na lista de países da OCDE com a carga fiscal sobre o trabalho mais alta. As famílias com filhos foram as que mais sentiram o aumento.

Pelo quarto ano consecutivo, a carga fiscal sobre o trabalho subiu. Portugal está entre os 10 países da OCDE onde os trabalhadores mais descontam. Aquilo que sai todos os meses do salário bruto para IRS e contribuições sociais tem um peso cada vez maior.

No relatório publicado esta terça-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico mostra que, entre 2021 e 2022, foram as famílias com filhos que mais sentiram o aumento.

Por exemplo, um casal com dois filhos em que só um trabalha e recebe cerca de 1.500 euros por mês perde em média 15% do ordenado bruto para o Estado, ou seja, cerca de 233 euros. Doze anos antes descontava apenas 8,8%.

Já um casal com dois filhos, em que os dois recebem salário médio, têm de entregar cerca de 25% do ordenado. Mais de 384 euros. Em 2010, descontavam 19%.

Apesar da subida, as famílias com filhos continuam a ser as que menos descontam. Um trabalhador solteiro sem filhos entrega em média 30% do salário ao Estado.

A remuneração média em Portugal subiu para os 1.500 euros brutos em 2022. Subiu em número face ao ano anterior. Mas em termos reais recuou por causa da inflação. Fator determinante para a subida da carga fiscal e para a perda do poder de compra, já que em muitos casos essa subida nominal dos salários não chega para fazer face ao aumento dos preços.

O relatório da OCDE diz que só na Colômbia, Hungria e Suíça não houve perda do poder de compra no último ano.