Economia

Governo deverá pelo menos duplicar meta do país no hidrogénio verde

Secretária de Estado da Energia e Clima assegurou que a revisão da estratégia para o hidrogénio terá uma meta mais elevada, e admitiu que os vencedores do primeiro leilão eólico offshore em Portugal poderão só ser conhecidos em 2024.

A atualização da estratégia nacional para o hidrogénio, que o Governo tenciona realizar este ano, deverá pelo menos duplicar a ambição do país em termos de nova capacidade de eletrólise a instalar até 2030, indicou esta terça-feira a secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, durante a Lisbon Energy Summit.

“Tínhamos uma estratégia que precisa de ser atualizada. Iremos multiplicar [o objetivo para 2030] por dois ou três. Na estratégia inicial estávamos a falar de 2,5 gigawatts (GW) de eletrólise e neste momento já temos o dobro ou o triplo de projetos com intenções firmes de investimento”, comentou a governante em declarações aos jornalistas após a sessão de abertura da conferência.

A secretária de Estado da Energia e Clima apontou o hidrogénio como um dos vetores de descarbonização em que Portugal se destacará no quadro da transição energética, a par com os combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF na sigla em inglês).

Mas um outro ponto da estratégia de aposta nas energias limpas foi o desenvolvimento do primeiro leilão eólico no mar.

Ana Fontoura Gouveia indicou que o Governo quer definir as regras do leilão “o mais rapidamente possível”. “Estamos empenhados em que durante o Verão o mercado fique informado das condições do leilão”, referiu a governante.

No entanto, embora deva ser lançado no final deste ano, o leilão eólico offshore só deverá ficar fechado no início de 2024, e só nessa altura serão conhecidos os vencedores das primeiras áreas disponibilizadas.

“Estamos preocupados em conseguir o modelo concursal que assegure os melhores resultados para o país”, acrescentou a secretária de Estado da Energia e Clima.

Na semana passada a Direção-Geral de Recursos Naturais e Serviços Marítimos indicou, numa conferência promovida pela Apren - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que o leilão deverá na sua primeira fase avançar com quatro blocos de 500 megawatts (MW) cada um, ou seja, um total de 2 gigawatts (GW), que é apenas uma parte dos 10 GW pretendidos pelo Governo até 2030.

A secretária de Estado da Energia e Clima não confirmou que seja essa a dimensão efetiva do primeiro leilão, indicando esperar ainda a proposta do grupo de trabalho sobre o figurino do leilão (um documento que deve ser entregue ao Governo até esta quarta-feira, 31 de maio). Será com base nessa proposta que o Executivo definirá as condições concretas de realização do leilão, como o seu calendário e termos de participação dos promotores interessados.