Economia

Portugal soma 63% de eletricidade renovável nos primeiros cinco meses do ano

De janeiro a maio, 63% do consumo de eletricidade em Portugal foi abastecido por renováveis, informou esta quinta-feira a REN.

De janeiro a maio, a produção de energia renovável forneceu 63% da eletricidade consumida em Portugal, segundo dados da REN - Redes Energéticas Nacionais divulgados esta sexta-feira, 2 de junho.

Por tipo de geração renovável, a energia eólica representou, nos primeiros cinco meses do ano, 26% da produção, seguida da hidroelétrica, com 25%; fotovoltaica (7%), e biomassa (6%).

Neste período, “o índice de produtibilidade hidroelétrica registou 0,76 [em que o valor 1 corresponde à média histórica], o de produtibilidade eólica 0,94 e o de produtibilidade solar 1,17”, segundo a empresa gestora de ligações energéticas.

Neste período, “a produção [de eletricidade] a gás natural abasteceu 18% do consumo, com os restantes 19% a corresponderem ao saldo importador”, especifica a REN, notando que o peso do saldo importador é o mais alto de sempre para este período (janeiro a maio).

No que toca ao mercado de gás natural, “registou-se em maio uma contração de 25%, resultado de uma quebra ligeira de 1,2% no mercado convencional e de um recuo de 53% no segmento de produção de energia elétrica, devido fundamentalmente à importação de eletricidade registada”.

“O abastecimento foi efetuado integralmente a partir do terminal de GNL (gás natural liquefeito) de Sines, mantendo-se exportações através da interligação com Espanha, totalizando este mês 1561 GWh [gigawatts hora], que passa a ser a exportação mensal mais elevada de sempre”, acrescenta.

O consumo acumulado anual de gás natural recuou, de janeiro a maio, 22% face ao período homólogo,"resultado de quebras de 4,6% no segmento convencional e de 44% no mercado elétrico. Para este período trata-se do consumo mais baixo desde 2016", acrescenta.

Consumo de eletricidade em maio em queda

No que toca ao consumo de energia elétrica do mês de maio, este caiu 1,9% face a a maio de 2022. Descontados os efeitos de temperatura e do número de dias úteis, a queda foi de 2,4%.

“No final de maio, o consumo acumulado anual registou uma queda de 0,2% em comparação com o ano anterior (o mesmo valor com correção de temperatura e dias úteis)”, segundo a REN.

Devido à situação de seca, “o regime hidroelétrico manteve-se seco” em maio, "com um índice de produtibilidade de 0,28 (média histórica de 1), o mais baixo desde 1992".

“Já as eólicas e as fotovoltaicas foram mais favoráveis com os índices respetivos a registarem 1,14 e 1,09. Nestas condições, a produção renovável abasteceu 49% do consumo, a não renovável 17%, enquanto os restantes 34% corresponderam a energia importada” em maio, segundo a REN.

Nota: notícia corrigida às 12h33, no título e texto. A versão inicial indicava, erradamente, que os 63% de incorporação de renováveis eram o valor mais alto de sempre para os primeiros cinco meses do ano. O valor mais alto de sempre para este período é o do peso do saldo importador.