A prestação da casa ao banco vai volta a subir, com a taxa do crédito à habitação a 12 meses a ultrapassar os 4%. Este é o valor mais alto dos últimos 15 anos.
Um dia depois do Banco Central Europeu anunciar um novo aumento das taxas de referência, esta subida representa uma taxa que vai fazer diferença a quem tiver de rever a prestação nos próximos meses.
Há um ano, a Euribor a 12 meses estava perto dos 0%. Entretanto, já ultrapassou os 4%, o que, num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com revisão este mês, significa uma subida de 300 euros na prestação.
“Pelo menos até setembro ou outubro, este movimento de subida vai continuar. Prevê-se uma estabilização depois e, a partir de 2024, uma pequena descida, não muito além dos 2,5% ou 3%.”, diz Nuno Rico, da DECO.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, tem a mesma opinião e espera uma estabilização das taxas, mas em valores altos, já depois do verão.
Se não houver alterações, essa descida só deve acontecer na primavera do próximo ano e o 2023 pode mesmo ser o ano mais pesado para quem tem crédito habitação.
Mais famílias colocam a casa à venda
Mesmo com prestações altas e juros a subir, a concessão de crédito habitação tem-se mantido estável este ano, mas o setor está à espera de algum impacto.
A DECO está a receber pedidos de cada vez mais famílias que, com medo de entrar em incumprimento, colocam a casa à venda, de modo a aproveitar o bom momento para vender e se livrarem do peso do crédito.