No primeiro trimestre do ano, 14 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes registaram uma desaceleração nos valores por metro quadrado (m2) das casas. Ainda assim, nas áreas metropolitanas (que concentram 17 destes 24 concelhos), a subida dos preços foi superior à média nacional em quase todos os municípios. E em Lisboa o crescimento homólogo dos preços da habitação foi superior ao do país, algo que não acontecia desde 2020, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o gabinete estatístico, nos primeiros três meses de 2023 o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1565 euros por m2, correspondendo a um crescimento de 7,6%. Ou seja, houve uma desaceleração face ao último trimestre do ano passado, uma vez que nesse período a variação homóloga tinha sido de 10,7%.
Já em Lisboa aconteceu o inverso: os preços das casas tinham crescido 8% em termos homólogos no último trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023 cresceram ainda mais: 9,2%.
No período em análise, “o preço mediano da habitação aumentou, face ao período homólogo, em 20 sub-regiões NUTS III, destacando-se os crescimentos da Lezíria do Tejo (17,5%), Algarve (16,6%), Leiria (15,9%), Cávado (15,6%) e Área Metropolitana de Lisboa (15,2%)”.
As quatro sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados - Madeira, Algarve, Área Metropolitana de Lisboa e do Porto - “apresentaram também os valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador”.
Estrangeiros compram 70% mais caro
E nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, o preço mediano por m2 das “transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em 71,8% e 70,2%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional”.
Olhando para os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, em 14 houve uma desaceleração dos preços, “destacando-se com decréscimos superiores a 10 pontos percentuais [p.p.], Coimbra (16,5 p.p.), Santa Maria da Feira (14 p.p.), Vila Franca de Xira (11 p.p.) e Funchal (10,2 p.p.). No Porto houve um decréscimo de 1,6 p.p., mas em Lisboa houve uma aceleração dos preços (+1,2 p.p.).
Apesar da desaceleração geral, em 14 concelhos com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto o crescimento homólogo dos preços foi superior à média nacional, “tendo o município de Loures (26,5%) registado o valor mais elevado e o de Lisboa (9,2%) o mais baixo [entre os municípios de mais de 100 mil habitantes acima da média]”.
O INE destaca que “Lisboa apresentou, pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2020 (início da corrente série), uma taxa de variação homóloga superior à do país”.