Economia

Dívida pública recua para 111,2% do PIB no segundo trimestre, o nível mais baixo desde antes da 'troika'

Desde o primeiro trimestre de 2011, imediatamente antes do resgate financeiro, que o rácio entre a dívida pública portuguesa e o PIB não era tão baixo, mostram os dados desta terça-feira do Banco de Portugal.

A dívida pública portuguesa no segundo trimestre do ano representava 111,2% do produto interno bruto (PIB), uma queda de 2,7 pontos percentuais face ao primeiro trimestre, de acordo com dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta terça-feira, 1 de agosto.

Desde o primeiro trimestre de 2011, imediatamente antes do resgate financeiro ao País, com a entrada da troika em Portugal, que o rácio de dívida pública não era tão baixo.

O pico do endividamento público foi atingido no final do primeiro trimestre de 2021, em plena crise da pandemia da covid-19, de 138,2%; superando o que até aí tinha sido o máximo da década: 135,2% no final do primeiro trimestre de 2014, semanas antes da chamada “saída limpa” do resgate da troika de credores.

Desde o pico da crise pandémica, marcada por uma forte contração económica, que o rácio da dívida face ao produto do País tem vindo a diminuir, beneficiando da rápida recuperação da economia nacional dos últimos dois anos.

Em junho, a dívida pública na ótica de Maastricht cresceu 100 milhões de euros para os 280,1 mil milhões de euros em junho, mantendo-se essencialmente estável em relação a maio, com o "aumento das responsabilidades em depósitos” na ordem dos 300 milhões de euros “nomeadamente em certificados de aforro”, segundo o banco central português.

“Em sentido contrário, ocorreu uma redução dos títulos de dívida sobretudo de longo prazo”, de 200 milhões de euros, acrescenta.

Por sua vez, os depósitos das administrações públicas cresceram 1100 milhões de euros em junho. “Deduzida desses depósitos, a dívida pública diminuiu 1 mil milhões de euros, para 255,4 mil milhões de euros”, explica o BdP.

No fim-de-semana, entrevista ao “Jornal de Negócios” e Antena 1, o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, admitiu que o país poderá conseguir já em 2024 alcançar uma dívida pública inferior ao PIB.