Economia

Protesto em Leiria para receber ministros: "Este Governo não é bem vindo ao distrito"

Coordenadora da União dos Sindicatos de Leiria garante que apesar da economia crescer os salários continuam a ser insuficientes.

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Cerca de 20 trabalhadores e dirigentes sindicais concentraram-se esta quinta-feira, em Leiria, junto ao local onde decorre o Conselho de Ministros, exigindo melhores salários e não "pensos rápidos" para ser possível uma vida digna.

Numa concentração convocada pela União dos Sindicatos de Leiria da CGTP, entoaram-se palavras de ordem e empunharam-se cartazes, com exigências de aumentos de salários e pensões e críticas dirigidas ao Governo, que esta quinta-feira se reúne em Leiria, em Conselho de Ministros, no âmbito da iniciativa "Governo Mais Próximo".

Os manifestantes foram obrigados a afastarem-se antes da chegada do primeiro-ministro e dos outros membros do governo. Depois de andarem às voltas, conduzidos pela PSP, acabaram por ficar longe da entrada, mas esforçaram-se por se fazerem ouvir.

"Eles não querem manifestações, querem fazer passar à opinião pública que são bem vindos, mas este governo não é bem vindo ao distrito de Leiria", garantiu Mariana Rocha, coordenadora da União dos Sindicatos de Leiria.

O primeiro-ministro, António Costa, tinha considerado Leiria um dos "maiores motores da economia do país" com aumento do volume de negócios, exportações e postos de trabalho, mas Mariana Rocha deixou uma imagem distinta.

"Decidimos aqui vir para demonstrar ao Governo a situação com que os trabalhadores e o povo do distrito estão confrontados", afirmou.

"Os baixos salários, a precariedade, o aumento do custo de vida quer nas rendas, nos juros e nos bens essenciais" são uma realidade do distrito, acrescentou a coordenadora.

"Mais de 53% dos trabalhadores do distrito leva para casa menos de 800 euros. É impossível ter uma vida digna com estes salários. O Governo tem de aumentar salários e combater a precariedade, que no distrito é imensa", garantiu.

De acordo com a coordenadora da União dos Sindicatos de Leiria, "não é por acaso" que o Governo está em Leiria, distrito que tem crescido em termos económicos.

"O Governo tem sempre tudo para o capital. Cresce a economia, mas os salários continuam a ser insuficientes", protestou.

A dirigente sindical defendeu a resolução do problema dos professores, com "milhares a nível nacional a aguardar por colocação", aumento das reformas, melhores salários para a função pública, preços fixos nos bens essenciais e construção de habitação social para os trabalhadores.

"Que o Governo governe para o povo e para o país", asseverou.

Segundo Mariana Rocha, as medidas que vão sendo aprovadas pelo Governo “não passam de pensos rápidos mas que, na sua maioria, não chegam aos portugueses”. “Para o país avançar é necessário o aumento dos salários”, reforçou.