O Presidente da República considerou, esta sexta-feira, que a inflação "vai no bom caminho" na Europa e apelou aos economistas que tenham um raciocínio mais aberto, em alusão à possibilidade de baixar as taxas de juro.
Falando aos jornalistas em Faro, à margem do Encontro Nacional da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, Marcelo Rebelo de Sousa destacou as descidas da taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor e da taxa de inflação homóloga da zona euro anunciadas esta sexta-feira.
"A Europa, já não falo de Portugal - nós descemos, mas um bocadinho, 0,1%, em termos de inflação -, mas na Europa foi mais de um ponto, 1,3%. Quer dizer que a Europa, em geral, mesmo os países que estavam muito elevados, os bálticos, da Europa de leste, e que pesavam muito na média europeia, estão a conhecer essa evolução. Isso mostra que é um fenómeno que está em curso, ninguém acha que foi consequência da última decisão do Banco Central Europeu, não produz efeitos assim em 15 dias", disse.
Marcelo espera que economistas “comecem a ter um raciocínio mais aberto”
O Presidente da República afirmou que "há uma tendência" e que espera que, "à medida que a tendência seja mais visível", haja mais abertura dos economistas, numa referência à possível redução das taxas de juro.
" [Que] os mais rígidos dos economistas comecem a ter, já não é um coração um bocadinho mais mole, é que comecem a ter um raciocínio mais aberto para a compreensão de que a inflação vai no bom caminho, [mas] a situação de muitas famílias, por causa dos juros, continua no mau caminho", sustentou.
No seu discurso, proferido minutos antes, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha abordado a "boa notícia" desta sexta-feira.
"Está a baixar a inflação a nível europeu e baixou também um bocadinho em Portugal. Vamos lá ver se isso chega às mulheres e aos homens importantes das finanças da Europa e do Mundo para ajudarem naquilo que entenderem que devem ajudar", declarou.
Taxa de inflação na Zona Euro recua
taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor terá sido de 3,6% em setembro, taxa inferior em 0,1 pontos percentuais à de agosto, segundo a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa de inflação homóloga da zona euro abrandou, em setembro, para os 4,3%, face à de 5,2% de agosto, segundo uma estimativa rápida publicada pelo Eurostat.
Com Lusa