Economia

BE vai propor aumento do salário mínimo para 900 euros

Esta proposta consta da resolução da Mesa Nacional do Bloco de Esquerdo, órgão máximo entre convenções que esteve reunido este domingo, em Lisboa.

Loading...

O Bloco de Esquerda vai propor no Parlamento o aumento do Salário Mínimo Nacional para os 900 euros em janeiro de 2024 e que este valor seja "atualizado ao longo do ano tendo em conta a inflação".

Esta proposta consta da resolução da Mesa Nacional do BE, órgão máximo entre convenções que esteve reunido este domingo, em Lisboa, texto no qual se lê que o BE vai propor no parlamento "o aumento imediato o Salário Mínimo Nacional para os 900 euros em janeiro de 2024 e que este valor seja atualizado ao longo do ano tendo em conta a inflação e a necessidade de recuperar poder de compra".

"[O BE] propõe também que se inicie um processo negocial com os sindicatos e estruturas representativas dos trabalhadores da Administração Pública e do setor empresarial do Estado, com vista a uma atualização dos vencimentos dos trabalhadores da Administração Pública, tendo em conta o aumento dos bens essenciais e a nova estrutura da despesa das famílias, que possam servir de referência também para o privado", lê-se na resolução distribuída aos jornalistas no final da reunião.

“Salário médio não é suficiente para enfrentar as despesas básicas familiares”

No texto, os dirigentes bloquistas salientam que em Portugal "o salário médio não é suficiente para enfrentar as despesas básicas familiares, como habitação, estudos superiores, transportes, encargos de saúde e alimentação", e que nos principais serviços públicos "a qualidade e a abrangência degradam-se" e "os seus profissionais empobrecem e perdem expectativas".

"Mais uma vez, o Governo apresenta enormes excedentes orçamentais, muito acima dos valores previstos no Orçamento do Estado. Este é um sinal de má política e má gestão orçamentais, porquanto traduz incorreta previsão de receita e inadequados bloqueios à orçamentação e execução de despesas necessárias".

Para o BE, "corrigir estes desvios passa por reduzir a carga imposta pelo Estado às famílias". O partido criticou também a direita por ter uma resposta "centrada na redução regressiva do IRS", que definiu como "um logro e uma irresponsabilidade".

"Com um custo total de 1.200 milhões de euros, a proposta do PSD nada fará para contrariar o processo de empobrecimento e desigualdades, antes o agrava", alegaram os bloquistas.