Economia

"Incerteza na Europa" é fator de risco para a procura de petróleo

Além da Europa, a OPEP tem também dúvidas sobre a tendência de crescimento económico nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo.

"Incerteza na Europa" é fator de risco para a procura de petróleo
piola666

A incerteza económica na Europa é um dos principais fatores que podem afetar a procura de petróleo, segundo as previsões publicadas esta quinta-feira pela OPEP, que espera que esta seja a única região do mundo onde o consumo cairá em 2023.

"(...) A incerteza e os desenvolvimentos nos países europeus da OCDE (o grupo das nações mais industrializadas) e noutras áreas vão afetar a procura de petróleo no resto de 2023 e em 2024, disse a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no relatório de mercado de outubro.

Neste relatório, a OPEP indica que a previsão de crescimento económico da zona euro foi revista em baixa para 0,5% este ano e 0,7% em 2024.

De facto, embora a OPEP também indique que existem dúvidas sobre a tendência de crescimento económico nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo, com 20% do total, salienta que neste país a procura de petróleo ultrapassará os níveis anteriores à pandemia de covid-19 em 2024.

Em contrapartida, a procura nos países europeus e asiáticos da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) manter-se-á abaixo dos níveis anteriores à covid-19.

"Isto deve-se às expectativas de um abrandamento da atividade económica em ambas as regiões e à persistência de estrangulamentos na cadeia de abastecimento que pesariam sobre a atividade industrial, especialmente nos países europeus da OCDE", adverte a OPEP.

Assim, o consumo de petróleo bruto nos países ricos da Europa diminuirá 0,4% em 2023 e crescerá marginalmente 0,5% no próximo ano, abaixo do aumento de 0,7% nos Estados Unidos, 3,6% na China ou 4% na Índia.

Em geral, a OPEP mantém suas previsões inalteradas e espera que o consumo global de petróleo em 2024 atinja 104,31 milhões de barris por dia, mais 2,2% que no ano passado.