Os bancos estão a carregar cada vez mais nas comissões cobradas aos clientes, apesar dos apelos do governador do Banco de Portugal para uma redução. A defesa do consumidor diz que o Banco de Portugal, a autoridade na matéria, está a falhar.
Subiam as comissões para compensar as taxas de juro mais baixas. Assim andaram os bancos nos últimos anos e tudo mudou de há ano e meio para cá.
Os juros dispararam nesta guerra para vencer a inflação, sendo que quanto a comissões pouco ou nada mudou, bem pelo contrário
"Os bancos aumentaram em 155 milhões de euros a cobrança de comissões. É esta estratégia que consideramos que não está correta que muitas vezes o consumidor opta por um produto bancário com base numa determinada estrutura de custos que escolhe no momento da adesão ao produtor. Essa estrutura é alterada de um momento para o outro", refere Nuno Rico, economista DECO Proteste.
O Jornal de Notícias puxa por um exemplo: quem tem uma conta 100% do Novo Banco paga uma comissão de quase sete euros por mês. O último aumento foi em abril. A partir de janeiro vão ser mais 60 cêntimos por mês. O Novo Banco justifica os aumentos por ter comissões inferiores à concorrência.
Diz o governador do Banco de Portugal que deveria ser precisamente o inverso. Ou seja, as comissões deviam descer, já que os bancos estão a lucrar com o aumento das taxas de juro.
A DECO Proteste não encontra justificação para a subida das comissões bancárias, que está a acontecer não tanto através do aumento do custo, mas principalmente pela redução das isenções e defende mudanças na lei para travar a subida.
O conselho da DECO Proteste é claro: procurar alternativa.
O JN contactou também o Santander, o BPI, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos para perceber se também vão aumentar as comissões. A resposta dos bancos não foi clara.