Economia

Efacec: ministro da Economia desconsidera críticas sobre privatização da Efacec

O governante afirmou que, no parlamento, vai ser possível discutir esta matéria e demonstrar que este não é um negócio ruinoso, como tem criticado a direita, nomeadamente o Iniciativa Liberal e o Chega.

Efacec: ministro da Economia desconsidera críticas sobre privatização da Efacec
JOSÉ SENA GOULÃO/Lusa

O ministro da Economia, António Costa Silva, garantiu esta quinta-feira não se sentir pressionado relativamente às críticas à privatização da Efacec, vincando que esta foi uma "decisão fundamental para o país".

"Tomámos uma decisão fundamental para o país e para a manutenção da empresa", assegurou António Costa Silva, que falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano de Transformação e Modernização da Rede de Escolas do Turismo de Portugal, negando qualquer tipo de pressão.

Já sobre as críticas que têm sido feitas pela oposição, o governante afirmou que, no parlamento, vai ser possível discutir esta matéria e demonstrar que este não é um negócio ruinoso. Instado pelos jornalistas a comentar a possibilidade de uma comissão de inquérito ao negócio da venda da empresa, o ministro da Economia disse apenas: "Isso são 'fait divers'".

A direita toda junta

O presidente do Chega anunciou que o partido vai propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à venda da Efacec e tentar suspender o negócio através de uma providência cautelar.

O presidente da IL anunciou, também, que o partido vai propor a constituição de uma comissão de inquérito à Efacec e desafiou o PS a viabilizar esta proposta.

Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, Rui Rocha deu conta desta decisão do partido considerando que "os portugueses têm que ser esclarecidos" sobre este negócio.

O líder da IL desafiou o PS, que tem maioria absoluta no parlamento, a viabilizar a comissão de inquérito, mas deixou desde já um pedido ao PSD caso os socialistas votem contra.

Já o presidente do PSD disse esta quinta-feira, em Arruda dos Vinhos, que vai pedir um inquérito parlamentar se o Governo não esclarecer todos os detalhes do negócio da venda da Efacec, que considerou ruinoso.

Re-privatização

A Efacec, empresa que opera nos setores da energia, engenharia e mobilidade, com cerca de 2.000 trabalhadores, tinha sido nacionalizada em 2020, ficando o Estado a deter 71,73% da empresa.

A nacionalização, apresentada como temporária, ocorreu na sequência do arresto judicial de bens da empresária angolana Isabel dos Santos, que detinha a maioria do capital da Efacec.

Na terça-feira, o ministro da Economia disse que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, enquanto o novo dono, o fundo Mutares, injetará na empresa 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias.

O Estado já injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias.