A remuneração bruta total mensal média por trabalhador em Portugal aumentou em termos nominais 5,9%, para 1438 euros, no terceiro trimestre de 2023, face ao mesmo período de 2022. Contudo, em termos reais, considerando o efeito da inflação, o aumento da remuneração bruta total mensal média foi de apenas 2,4%.
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), setembro foi o quinto mês com aumentos reais nas remunerações desde novembro de 2021. Sector público e sector privado registaram ambos ganhos reais, mas não na mesma ordem. Nas Administrações Públicas o incremento real da remuneração bruta total foi de 2%, enquanto no sector privado o aumento foi mais expressivo alcançando 2,8% no trimestre terminado em setembro deste ano.
Os dados publicados esta segunda-feira pelo INE abrangem 4,7 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social (SS) e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações (CGA), mais 3,8% do que no mesmo período de 2022.
Indústrias extrativas lideram ganhos
Na nota que acompanha a síntese estatística, o INE destaca que face a setembro de 2022, “a remuneração bruta total mensal média aumentou em todas as dimensões de análise (atividade económica, dimensão de empresa, setor institucional, intensidade tecnológica e intensidade de conhecimento)”.
Os maiores aumentos nominais foram observados nas “Indústrias extrativas” (9,5%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (7,1%), no setor privado (6,3%) e nas empresas de “Serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento” (9%).
O organismo público de estatística nota que a remuneração bruta regular mensal média por trabalhador exclui, entre outras componentes salariais, os subsídios de férias e de Natal, pelo que tem um comportamento menos sazonal.
Os dados relativos ao trimestre terminado em setembro de 2023 apontam para um incremento nominal de 5,9% na remuneração bruta total mensal média por trabalhador, que passou de 1357 euros em setembro de 2022 para os 1438 euros agora apurados. Esta variação é, no entanto, inferior à observada no segundo trimestre deste ano, terminado em junho, altura em que o aumento homólogo nominal foi de 6,9%.