Economia

Bruxelas reduz projeções do PIB da zona euro e revê em baixa crescimento de Portugal

As previsões económicas de inverno da Comissão Europeia mantêm uma tendência de cautela e surgem numa altura de receios sobre aumento dos preços na área da moeda única e na União devido aos ataques no Mar Vermelho.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia desde 2019, lidera a tabela da Forbes. Tem 65 anos. Foi a primeira mulher a ocupar o ramo executivo da União Europeia.
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A Comissão Europeia reviu em baixa esta quinta-feira, pela terceira vez consecutiva, as perspetivas de crescimento da economia da zona euro. O PIB português também é revisto em baixa, mas acima da média da zona euro e da União Europeia.

Portugal a crescer 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025

Nas previsões económicas de inverno, Bruxelas coloca Portugal, entre os países da moeda única, com o segundo maior abrandamento do ritmo de crescimento entre 2023 e 2024 (1,1 pontos percentuais), apenas ultrapassado por Malta (1,5 pontos percentuais).

O executivo comunitário prevê que o crescimento do PIB português passe de 2,3% em 2023 para 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, quando nas previsões de outono projetava um crescimento para 2024 de 1,3%.

A boa notícia é que a inflação continua a cair e poderá chegar aos 2,3% em 2024 e 1,9% em 2025.

E a zona euro?

O executivo comunitário reduz, então, as perspetivas de crescimento para este ano, estimando que o PIB avance 0,8% na área da moeda única e 0,9% no conjunto da UE, o que compara com as anteriores projeções de, respetivamente, 1,2% e 1,3%, publicadas em novembro passado.

Em 2025, Bruxelas estima que a atividade económica cresça 1,5% na zona euro e 1,7% na UE, o que compara com anteriores previsões - as de outono de 2023 - de, respetivamente, 1,6% e 1,7%.

Estas previsões surgem numa altura de receios sobre aumento dos preços na área da moeda única e na União devido aos ataques no Mar Vermelho, que provocaram perturbações no transporte marítimo e aumentaram os custos nas rotas comerciais entre a Ásia e a Europa.

Além dos impactos nas cadeias de abastecimento, o conflito no Médio Oriente entre Israel e o movimento islamita Hamas pode também afetar os preços energéticos, nomeadamente do petróleo.

Acresce que, de momento, verificam-se bloqueios em toda a Europa - em países como Portugal, Espanha, Itália, Roménia, Polónia, Grécia, Alemanha e Países Baixos - causados pelos protestos dos agricultores da UE, contexto que pode também afetar o crescimento da economia comunitária.

Nas mais recentes previsões económicas, as de outono divulgadas em novembro passado, a Comissão Europeia reviu em baixa, pela segunda vez consecutiva, a previsão de crescimento económico da zona euro, para 1,2% em 2024, devido à perda de dinamismo e ao elevado custo de vida.

Em 2023, a economia do euro e da UE cresceu 0,5%.

Com LUSA