A Caixa Geral de Depósitos (CGD) propôs, esta quinta-feira, um aumento salarial de 3,25% para os trabalhadores do banco público, ligeiramente acima dos 3% anteriormente propostos, um valor recusado pelo sindicato STEC que o considerou uma provocação.
O banco público reuniu-se esta quinta-feira com o STEC, tendo dito, em comunicado, que propôs um aumento salarial médio de 3,25% (aumentos entre 3% e 6,74% consoante os níveis salariais) o que disse que foi recusado pelo sindicato.
Segundo a CGD, a proposta "reflete o reconhecimento pela Caixa do contributo dos colaboradores para os resultados alcançados, mas tem igualmente em conta o atual contexto económico e as orientações conhecidas" para o setor empresarial do Estado (aumento da massa salarial global até 5% sendo a referência por trabalhador de 3%) e está acima do que propõe a generalidade do setor (2%).
Remuneração mensal mínima bruta é de 1.458 euros
A CGD diz ainda que, no banco, a remuneração mensal mínima bruta (antes de pagar impostos) é de 1.458 euros e que a remuneração bruta média (excluindo a administração) é de 2.618 euros, valores que já incluem subsídio de refeição.
Para 2024, a CGD propõe que o subsídio de refeição passe de 12,50 euros para 12,91 euros. Contactado pela Lusa, o presidente do STEC disse que passar de 3% para 3,25% é "uma espécie de provocação", sobretudo depois de o sindicato, em espírito negocial, ter baixado a exigência de aumentos de 7% para 5,9%.
O dirigente sindical disse ainda que a proposta o que faz é equiparar a CGD à função pública quando se tratam de realidades diferentes e que o sindicato "irá responder em conformidade" esta sexta-feira, após a reunião de delegados sindicais a nível nacional.
CGD teve ano histórico
A Caixa Geral de Depósitos ainda não apresentou as contas de 2023, mas os resultados até setembro, de lucros de 987 milhões de euros, permitem antever um ano histórico.
O banco público tem contratação coletiva autónoma, pelo que negoceia com sindicatos à parte da maioria da banca (também BCP tem negociação própria).
Em 2023, STEC e CGD acordaram um aumento de 76 euros na tabela salarial.Os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho do setor bancário (são cerca de 20, caso de Santander Totta, Novo Banco e BPI) têm uma mesa comum de negociação salarial comum, tendo proposto 2% enquanto os sindicatos afetos à UGT exigem 6%.
Na semana passada, bancários protestaram em Lisboa por melhores salários acusando os bancos de proporem aumentos "vergonhosos" após lucros recorde, num protesto convocado pelos sindicatos ligados à UGT.
Informalmente os bancos têm dito que o valor final pode ficar acima do proposto pela banca, mas não muito (em 2023 os bancos propunham 4% e o valor ficou fechado nos 4,5%).